7 de Setembro tem manifestações contra Temer em várias cidades

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteudo
  • 07/09/2016 15h02
São Paulo- SP- Brasil- 07/09/2016- Manifestantes realizam ato contra o governo Temer em São Paulo. Na foto, manifestantes sobem a avenida Brigadeiro Luis Antonio. Foto: Paulo Pinto/ AGPT Fotos Públicas Protesto contra Governo Temer em São Paulo

Ao assumir a presidência em 31 de agosto, Michel Temer fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão dizendo que vai buscar a “pacificação” do país. O 7 de setembro demonstrou que seus adversários políticos não pretendem aderir a essa agenda.

No começo da tarde, manifestações contra o novo governo já haviam sido registradas em mais de 20 grandes cidades brasileiras. Levantamento realizado pelo site de notícias G1, com base nos números apresentados pelos organizadores das passeatas, aponta para a mobilização de 70.000 pessoas em todo o Brasil. A Polícia Militar não divulgou estimativas para boa parte das manifestações, mas, como tem sido comum, suas medições tendem a trazer números menores. Em Brasília, por exemplo, a estimativa oficial foi de 2.700 manifestantes contra o governo, ao passo que organizadores divulgavam a adesão de 5.000 pessoas durante o evento.

Indagado sobre os gritos de “Fora, Temer” ouvidos durante o desfile de 7 de setembro em Brasília, o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha afirmou: “São 18 pessoas em 18 mil. A dimensão está boa”.  Apesar do discurso, o círculo próximo ao presidente recém-empossado decidiu que desdenhar das manifestações é um erro. Por, isso, o governo busca um canal de comunicação com grupos de esquerda como o MST e com entidades sindicais como a CUT.

Protestos pelo Brasil

No Rio, o protesto contra o governo do presidente Michel Temer no centro da capital ocorreu na Praça Mauá e no Boulevard Olímpico, à beira-mar. Segundo os organizadores, cerca de 4 mil pessoas aderiram à caminhada. A Polícia Militar não fez estimativa sobre a quantidade de presentes. 

Um pequeno grupo de black blocks chegou a se desentender com manifestantes de outros movimentos sem vinculação partidária, na Avenida Rio Branco, sobre qual direção tomaria a passeata. A PM acompanhou o protesto pelas ruas do coração financeiro do Rio em dois cordões laterais.

Mais cedo, em Porto Alegre, foi realizado o Grito dos Excluídos durante o desfile pela Independência. Com faixas a favor de Dilma Rousseff e contrárias a Michel Temer, os manifestantes fizeram muito barulho, questionando o impeachment e medidas a serem tomadas pelo novo governo.

Também foi alvo de vaias o governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), à frente da gestão da crise na segurança pública do Estado e da insolvência das contas públicas, que tem incutido atraso no pagamento de servidores e aposentados. Durante o desfile na capital gaúcha, tropas de choque do Exército acompanharam de perto os manifestantes, que se reuniram na dispersão da parada. 

Em Campo Grande, pelo menos 1,5 mil pessoas participaram do Grito dos Excluídos ao fim do desfile de 7 de Setembro. Não houve violência nem necessidade de uso da força por parte da Polícia Militar. O movimento reuniu partidos como PT, PSOL e PSTU, bem como membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de representantes de movimentos sociais. Os candidatos à prefeitura de Campo Grande pelo PSOL, Rosana Santos e pelo PSTU, Suél Ferranti, participaram do “Grito”, além do ex-deputado federal do PT Carlos Biffi. 

Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, os manifestantes contra o governo Temer também esperaram o desfile terminar e fizeram o mesmo trajeto usado na cerimônia. Participaram sindicalistas ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que contabilizaram 300 presentes na manifestação. 

O protesto contra o presidente Temer em São Carlos, cidade do interior paulista, começou no Mercado Municipal e percorreu algumas vias da cidade. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam a saída do peemedebista e a realização de nova eleição presidencial. Entre os presentes ao ato estavam representantes do PSOL.

Em Cuiabá, movimentos sociais chamaram para protestos contra o governo federal no entorno da Arena Pantanal. Na capital do Mato Grosso, é a primeira vez que o ato acontece em local fechado.

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