Primo da Rainha Elizabeth II é acusado de oferecer acesso a Putin em troca de dinheiro

O Príncipe Michael de Kent foi categorizado como sendo uma espécie de ‘embaixador não oficial de Sua Majestade’ que prestaria serviços remunerados a investidores interessados no mercado russo

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2021 17h18 - Atualizado em 10/05/2021 19h42
Paul Reynolds Wikimedia Commons O Príncipe Michael of Kent está sendo acusado de usar sua influência para contatar Vladmir Putin em troca de dinheiro O Príncipe Michael de Kent negou as acusações feitas pelo jornal britânico The Sunday Times

O Príncipe Michael de Kent, que é primo da Rainha Elizabeth II, está sendo acusado de usar a sua influência para conseguir acesso ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, em troca de dinheiro. As pessoas que pagam por esse serviço, segundo reportagem investigativa do jornal britânico The Sunday Times, seriam investidores internacionais interessados no mercado russo. Publicada no domingo, 9, a matéria explica que alguns repórteres se disfarçaram de empresários da Coreia do Sul para se encontrarem secretamente com Simon Isaacs, o Marquês de Reading, que foi gravado afirmando que o Príncipe Michael de Kent poderia ser contratado para fazer algumas representações confidenciais no governo russo. Ele afirma que o primo da Rainha Elizabeth II é uma espécie de “embaixador não oficial de Sua Majestade na Rússia”. “Estamos falando sigilosamente aqui porque não queremos que o mundo saiba que ele está encontrando com Putin apenas por motivos comerciais”, completa Simon Isaacs. O marquês estimou que o serviço custaria 50 mil libras esterlinas (cerca de R$ 365 mil) caso fosse necessária uma viagem de cinco dias à Rússia ou cerca de US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão) se o primo da Rainha Elizabeth II gravasse apenas um discurso de apoio direto da sua residência no Palácio de Kensington, onde também vive o Príncipe William e a Duquesa Kate Middleton.

Todo esse encontro foi gravado com uma câmera escondida sem o conhecimento dos membros da realeza, mas o Príncipe Michael de Kent nega as acusações e culpa o Marquês de Reading por ter feito insinuações que ele não teria desejado ou sido capaz de cumprir. Simon Isaacs, por sua vez, disse ter cometido um erro e “prometido demais” durante o encontro com os repórteres disfarçados e que estava “verdadeiramente arrependido”. Apesar de não serem membros ativos da família real britânica, o Príncipe e a Princesa Michael de Kent já representaram a Rainha Elizabeth II no passado e compareciam em cerca de 200 eventos por ano antes do início da pandemia do novo coronavírus. O próprio site da Família Real afirma que o Príncipe possui um “forte interesse” pela Rússia e “se tornou o primeiro membro” a aprender russo. O porta-voz do casal disse ainda que os dois ganham a vida por meio de uma empresa de consultoria, não são remunerados pela Coroa e têm que pagar um aluguel para viver dentro do Palácio de Kensington.

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