Lula minimiza polarização com Bolsonaro e defende protestos da esquerda mesmo com pandemia

Ex-presidente não confirmou sua participação nos protestos de esquerda, marcados para o sábado, 19; o petista argumenta que não quer ‘transformar um ato da sociedade brasileira em um ato político eleitoral’

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2021 08h09 - Atualizado em 18/06/2021 10h20
CLAUDIA MARTINI/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO - 12/06/2021 O ex-presidente Lula discursando com máscara e com microfone na mão O ex-presidente Lula ainda não confirmou sua candidatura à Presidência em 2022

O ex-presidente Lula concedeu entrevista à Jovem Pan News de Natal na quinta-feira, 18, e avaliou o cenário para a sua possível candidatura à Presidência nas eleições de 2022. “Eu só serei candidato quando eu decidir, junto com o partido, quando eu construir o leque de apoio que eu preciso construir. E aí eu vou confirmar se sou candidato ou não”, disse o petista. Lula não se mostrou preocupado com a polarização entre ele e o presidente Jair Bolsonaro caso seja candidato. “No mundo inteiro as eleições são polarizadas. Você acompanha as eleições da França e elas são polarizadas. Você acompanha as dos Estados Unidos e elas são polarizadas. Você acompanha na Alemanha e elas são polarizadas. As eleições sempre serão polarizadas entre dois candidatos. Aqui no Brasil ela já foi polarizada durante quatro eleições entre PT e PSDB. Agora, se for polarizada entre PT e o Bolsonaro, é um direito do povo. Então vamos escolher alguém”, afirmou Lula. O ex-Presidente garante que provou as mentiras de seus acusadores na Justiça e juridicamente se sente livre para concorrer em 2022, a não ser que ocorra alguma arbitrariedade.

A oposição ao governo Bolsonaro programa ato neste sábado, 19, em São Paulo e em outras quatrocentas cidades brasileiras. “Eu não quero transformar um ato da sociedade brasileira em um ato político eleitoral. Eu estou meditando profundamente se a minha participação não pode ser explorada pelos setores dos meios de comunicação no Brasil, como ‘o Lula manipulou o ato’ ou o ato virou ‘uma peça de campanha do Lula’. Eu não tenho o direito de fazer isso com a sociedade”, argumentou. Sobre o cenário da política brasileira atual, Lula avalia que a CPI da Covid-19 deve explicar o impacto da pandemia aos brasileiros. “O Renan [Calheiros] foi eleito pelo povo. Já há quatro ou cinco mandatos. O Renan é uma pessoa importante no Senado, o PMDB é um partido importante. Olha, por que que ele não pode ser o relator? Eu acho que ele tem que credencial pra ser relator”, defendeu Lula. Como planos para o futuro, o ex-presidente promete rever o teto de gastos no Brasil. “A quem interessa o teto de gasto? Ao sistema financeiro? Aos banqueiros? O teto de gasto não pode existir em um país que tem compromissos com o povo que o Brasil tem que ter. Ou seja, o que você precisa é parar de confundir investimento no pobre como gasto, porque nesse país, lamentavelmente, é assim. Quando você pega R$ 1 bilhão e dá para um rico, é investimento, Agora, quando você pega R$ 300 e dá para um pobre, é gasto”, criticou o presidente.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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