Boca de urna indica empate entre conservadores e sociais-democratas na Alemanha: veja o que deve acontecer

Sociais-democratas levam ligeira vantagem sobre os conservadores, que estão no poder há quatro mandatos, com Angela Merkel; partidos agora buscam alianças para obter maioria no Parlamento

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2021 15h45 - Atualizado em 26/09/2021 21h55
EFE/EPA/Adam Berry / POOL A chanceler alemã, Angela Merkel (CDU), em entrevista coletiva Merkel deixará o cargo de chanceler após 16 anos, mas seu partido segue na briga pelo poder

As pesquisas de boca de urna indicam um empate nas eleições da Alemanha realizadas neste domingo, 26. Os levantamentos divulgados pelos veículos de mídia mostraram que os conservadores de Angela Merkel, liderados por Armin Laschet, e os sociais-democratas, de Olaf Scholz, estão empatados (ou com uma diferença muito pequena). Segundo a rede de televisão ZDF, os sociais-democratas obtiveram 26% dos votos, enquanto o partido de Merkel conseguiu 24%. A pesquisa do canal ARD mostra um empate, com os dois grupos recebendo 25% dos votos. Os votos feitos pelo correio não foram contabilizados e podem alterar o resultado final. Os alemães foram às urnas para definir o pleito que escolherá o sucessor de Angela Merkel, que está há 16 anos no poder.

Além do Partido Social Democrata e da União Democrática Cristã (conservadores), o Partido Verde, de Annalena Baerbock, também está disputando o pleito, mas aparece distante dos líderes nas pesquisas. Caso os conservadores sejam derrotados, deixarão o poder após quatro mandatos de Merkel, a chanceler que mais tempo ficou à frente do governo alemão. Derrotados nas eleições legislativas, a União Democrática Cristã deseja formar o próximo governo da Alemanha. Laschet afirmou que “colocará o máximo de empenho para construir um governo sob a liderança da União”. Os sociais-democratas, por de seu secretário Lars Klingbeil, afirmam que chegou a hora de mudança no país. “Olaf Scholz será chanceler”, diz o secretário, em tom otimista.

O que acontece agora?

Diferentemente do que ocorre no Brasil, as eleições alemãs não são nominais. Ou seja, os eleitores não votam nos candidatos a chanceler, mas em seus partidos. Na cédula, há dois campos que precisam ser preenchidos: quem será seu representante no Congresso e qual legenda prefere. Os votos nos partidos definirão quantas das 299 cadeiras cada um terá no Bundestag, o equivalente à Câmara dos Deputados. As escolhas dos parlamentares preencherão essas vagas. Quando estiver formado, o Legislativo escolherá o novo chanceler. 

É por isso que a boca de urna é tão importante na Alemanha. A projeção de quantos votos cada partido receberá faz com que eles corram atrás de alianças. Neste cenário, o Partido Verde, terceiro colocado, de acordo com as pesquisas, será cobiçado. Quem conseguir formar a coalizão com os verdes tenderá a conquistar maioria na Câmara. No poder há quatro mandatos, a União Democrática não esperava uma boca de urna. “As previsões são amargas quando comparadas às últimas eleições”, disse Paul Ziemiak, líder do partido. Já os sociais-democratas celebraram as projeções.

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