Dólar vai a R$ 5,63 com mau humor global; Bolsa cai aos 101 mil pontos

Ibovespa retorna ao patamar mais baixo desde novembro de 2020 com indefinições da variante Ômicron da Covid-19 e corte de estímulos monetários nos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2021 18h32 - Atualizado em 30/11/2021 18h59
ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Mão segura notas de US$ 100 e R$ 100 Dólar mantém trajetória de queda ante o real pelo terceiro dia seguido

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo negativo nesta terça-feira, 30, em linha com o pessimismo global pelas indefinições da variante Ômicron da Covid-19 na retomada econômica. O mau humor foi reforçado pela sinalização do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), o Banco Central dos Estados Unidos, em acelerar a retirada de estímulos monetários. O dólar encerrou o dia com alta de 0,46%, a R$ 5,636. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,670, enquanto a mínima não passou de R$ 5,579. Contaminado pelo exterior negativo, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou a sessão com queda de 0,87%, aos 101.915 pontos. O resultado leva o pregão ao pior patamar desde 6 de novembro de 2020, quando encerrou aos 100.925 pontos. Em alguns momentos, o principal índice da B3 chegou a operar na linha dos 100 mil pontos.

Após ensaiar uma reação na véspera, os mercados em todo o mundo voltaram a ser pressionados pelas indefinições da variante Ômicron do novo coronavírus. Os investidores ficaram especialmente incomodados com a declaração do CEO do laboratório americano Moderna, Stephane Bancel, de que as vacinas já existentes podem não ter eficácia contra a nova cepa. O anunciou aumentou o temor pela volta de lockdowns e a adoção de novas medidas que travem o processo de recuperação da economia global. Estudos preliminares sugerem que ela seja mais transmissível, mas ainda não há comprovação se o novo tipo é mais nocivo. Até o momento, nenhuma morte pela variante Ômicron foi confirmada.

Ainda na pauta internacional, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira que a autoridade monetária estuda acelerar a redução da compra de títulos públicos como meio de estimular a economia. O recado pesou no humor dos investidores justamente pelas incertezas com a nova variante da Covid-19 na economia. No início deste mês, Powell anunciou o corte de US$ 15 bilhões da aquisição mensal de títulos públicos já no fim de novembro. De acordo com o presidente do Fed, o valor pode ser maior  valor que pode ser maior diante das pressões inflacionárias na economia norte-americana.

Na pauta doméstica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta tarde que dois casos da variante Ômicron foram confirmadas no país e que vai mandar os exames para uma nova análise. No noticiário político, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios após mudanças no texto do relator e líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE). O presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) afirmou que o texto pode ser levado ao plenário ainda nesta terça-feira, caso o relator consiga um acordo “mais amplo” com outros parlamentares.

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