Terceiro dia do júri da boate Kiss é marcado por tensão entre juiz e advogados; julgamento continua neste sábado

Foram ouvidos: Érico Paulus, ex-funcionário, Pedrinho Bortoluzzi, ex-patrão do réu Marcelo de Jesus, Gianderson, dono da casa de extintores, e Daniel Rodrigues, proprietário da loja de fogos artifícios

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2021 09h45
RENAN MATTOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 03/12/2021 ulgamento da tragédia da boate Kiss, nesta sexta (03) no Tribunal de Justiça de Porto Alegre (RS), Julgamento do caso foi retomado na manhã deste sábado, 4

 

O terceiro dia de julgamento dos réus do caso da boate Kiss que terminou com quatro depoimentos. Foi um dia de muita tensão e de emoção, principalmente quando o Ministério Público exigiu vídeos e fotos daquela madrugada do 27 de janeiro de 2003. O último a depor foi o atualmente policial militar Érico Paulus Garcia, que na época era barman. Ele contou que os réus Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann realmente são sócios e quem dava as ordens na boate era Elissandro. Foi ele, inclusive, que coordenou a colocação da esponja acústica no teto do palco, o que não havia sido recomendado para especialistas e também pela vistoria da prefeitura.

Também falou o ex-juiz Pedrinho Antônio Bortoluzzi em favor do réu, o vocalista Marcelo de Jesus, que disparou o artefato que incendiou a boate. Ele disse que o rapaz, com quem trabalho, passa por dificuldades de saúde. De acordo com Bortoluzzi, ele sempre foi responsável, teve um bom comportamento e se arrepende muito do que aconteceu. “Ele é uma pessoa que sente muito isso, ele sofre por isso. Não teria porque estar mentindo aqui. É verdade. Ele sofre por isso. A vida dele mudou completamente. Era uma pessoa alegre, sempre brincando, e mudou. Continua competente, mas esse lado da vida dele mudou”, contou Bortoluzzi. Anteriormente, depôs Gianderson Machado da Silva, dono da casa de extintores que atendia a Kiss. Ele disse que uma vez por ano ia ao local e que chegou a encontrar os extintores fora de lugar e que não saberia explicar porque não funcionaram. Segundo ele, alguém pode ter disparado ou derrubado o equipamento, que foi acionado, mas não funcionou.

O primeiro depoimento do dia, o mais denso e polêmico, foi de Daniel Rodrigues, dono do local onde foram comprados os fogos artifícios. Durante o depoimento de Daniel, houve muita confusão. Um dos advogados começou a gritar e disse que quem deveria estar no banco dos réus era Daniel e não o seu cliente, o produtor da banda Luciano Mello. “Hoje, não está fácil. Hoje, não está fácil. A próxima que você me fizer, você não vai ficar mais aqui”, disse o juiz Orlando Faccini Neto ao advogado Jean Severo. O julgamento deste sábado, 4, foi iniciado às 9 horas da manhã, com prazo máximo de término às 23 horas.

*Com informações do repórter Fernando Zanuzo

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