‘Não existe possibilidade do PSD abrir mão da candidatura ao governo de SP’, afirma Kassab

Ex-prefeito de São Paulo afirmou que legenda ‘se esforçou muito’ para apresentar uma candidatura da terceira via, mas reconheceu dificuldades em ‘quadro consolidado de polarização’

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2022 10h23
Eduardo Carmim/Estadão Conteúdo O ex-prefeito Gilberto Kassab Kassab afirma que polarização impede o posicionamento de candidaturas alternativas

O presidente do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, não descarta a possibilidade de que a eleição de 2022 à presidência da República seja decidida em primeiro turno. Na visão do ex-prefeito de São Paulo, as recentes pesquisas de intenção de voto, como do Instituto Datafolha publicada nesta quinta-feira, 26, demonstram “o favoritismo de Lula mais consolidado”. No entanto, há quatro meses do pleito, ele reconhece que ainda não há um cenário confirmado. “Não será fácil para o presidente Bolsonaro alcançar o ex-presidente Lula nas pesquisas. Porém, temos quatro meses pela frente e em quatro meses em uma campanha muito pode acontecer. Tenho plena confiança que o quadro não está resolvido, mas o favoritismo de Lula se consolida mais”, mencionou ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News

Na visão de Kassab, essa polarização Lula-Bolsonaro se mostra tão consolidada na disputa ao Palácio do Planalto que impede o posicionamento de candidaturas alternativas. Ele afirma que o PSD se “esforçou muito” para ter uma indicação à terceira via, com nomes como Rodrigo Pacheco e Eduardo Leite sendo cotados, mas as dificuldades foram maiores. “Essa dificuldade se explica pela polarização que é muito forte nesse cenário eleitoral, pela primeira vez temos um quadro tão consolidado de polarização. Vejo muitas qualidades na Simone Tebet [pré-candidata do MDB], que tem uma carreira política linda, mas vejo dificuldades. Não vejo facilidades para que possa somar forças políticas que justifiquem um crescimento que possa ameaçar os dois primeiros candidatos”, comentou Gilberto Kassab, que também vê essa divisão do país influenciando na corrida eleitoral nos Estados. 

“Em Minas Gerais você tem Kalil com Lula e naturalmente Zema com Bolsonaro. No Rio de Janeiro, ainda está para se confirmar, mas é o Freixo com Lula e o Cláudio com Bolsonaro. Em São Paulo não está sendo diferente, com crescimento um pouco mais lento do candidato Tarcísio, que pela primeira vez se posiciona na corrida eleitoral, e o candidato do Lula, que é Haddad”, acrescentou o presidente do PSD, que confirma a participação do partido na disputa paulista, com Felicio Ramuth, prefeito de São José dos Campos, como nome escolhido. “O PSD tem candidato que vai com ele até o final. Não vou afastar aliança com qualquer que seja o partido, mas não existe no cenário do PSD abrir mão da candidatura do Felicio, que vai crescer na hora certa. Portanto, qualquer partido que nos procure por um entendimento em torno da candidatura do Felícia terá conversa, mas não existe a possibilidade de abrirmos mão”, finalizou. 

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