Argentina levará litígio contra Uruguai a tribunal internacional

Buenos Aires, 13 jun (EFE).- O governo da Argentina anunciou nesta sexta-feira que levará “de forma imediata” ao Tribunal Internacional de Haia a decisão do Uruguai de autorizar de forma definitiva o aumento de produção na fábrica de celulose da finlandesa UPM.

Em comunicado, a chancelaria argentina indica, além disso, que o Executivo de Cristina Kirchner “procederá a reavaliar todas as políticas de relacionamento bilateral com o Uruguai, assim como o funcionamento das respectivas comissões binacionais”.

A fábrica, situada na ribeira do rio Uruguai, limítrofe com a Argentina, obteve a autorização do governo uruguaio para aumentar sua produção até alcançar 1,3 milhão de toneladas ao ano, confirmaram hoje fontes da empresa em Montevidéu.

Por sua vez, o Uruguai dará uma resposta formal à Argentina antes de avaliar publicamente a decisão deste país. “A resposta será formal à chancelaria argentina, e não haverá comunicação pública antes de dita resposta”, disseram à Agência Efe porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores uruguaio.

A empresa finlandesa tinha solicitado em 2011 aumentar sua produção de 1,1 milhão de toneladas anuais para 1,3 milhão.

No início de outubro de 2013, o presidente do Uruguai, José Mujica, autorizou um aumento da produção de UPM em 100 mil toneladas anuais, a metade do solicitado pela empresa.

Em troca, a UPM devia cumprir uma série de requisitos ambientais, como a construção de uma torre de esfriamento para seus vazamentos de água e a redução do conteúdo de fósforo de seus resíduos.

Essa decisão provocou uma intensificação das tensões bilaterais, com novas manifestações de organizações ambientalistas na cidade argentina de Gualeguaychú, vizinha a Fray Bentos, no Uruguai, onde está instalada a UPM. EFE