Paquistão executa primeiros condenados por corte civil desde fim da moratória

  • Por Agencia EFE
  • 17/03/2015 06h31

Islamabad, 17 mar (EFE).- O Paquistão enforcou nesta terça-feira 12 réus, entre eles os seis primeiros condenados por delitos não relacionados com terrorismo que são executados desde que na semana passada se suspendeu a moratória da pena de morte imposta em 2008.

Dez dos réus foram executados em prisões da província oriental de Punjab e os outros dois na província de Sindh, no sul, informou o canal estatal, o que eleva para 39 o número de presos executados no país desde dezembro do ano passado.

Então, o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, suspendeu parcialmente a moratória à pena capital para condenados por terrorismo após o ataque talibã a uma escola em Peshawar, no qual morreram 148 pessoas, entre elas 132 crianças.

O veto foi suspenso definitivamente no último dia 10 de março.

Apesar disso, o Paquistão executou em 13 de fevereiro (antes do fim total da moratória) dois réus condenados por um tribunal civil por assassinar em 2004, durante um roubo, o filho do presidente do Colégio de Advogados da Corte Suprema paquistanesa.

Segundo afirmou então o subdiretor para a Ásia da Anistia Internacional (AI), David Griffiths, com esses enforcamentos, o Paquistão foi “contra sua própria política estatal de só executar àqueles condenados por terrorismo”.

Todos os executados hoje tinham sido considerados culpados de assassinato.

Além disso, um dos condenados por um tribunal antiterrorista, Zafar Iqbal, também foi indiciado por estupro, após matar e violentar uma menina de seis anos.

Organizações defensoras de direitos humanos como a AI e a Human Rights Watch (HRW) calculam que cerca de oito mil pessoas estão no corredor da morte em prisões paquistanesas por algum dos 28 crimes castigados com a pena capital, entre eles assassinato, estupro ou blasfêmia.

“O governo (do Paquistão) deveria tratar a pena de morte como o que é, uma condenação cruel e irrevogável, mais que uma solução aos complexos problemas de crime e segurança”, afirmou o escritório da HRW na Ásia. EFE

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