Coordenador da transição do governo, Padilha alerta: ‘Não teremos dias de facilidade’

  • Por Jovem Pan
  • 29/10/2018 14h39 - Atualizado em 29/10/2018 14h43
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Ministro previu algumas possíveis dificuldades de Bolsonaro

A gestão de Jair Bolsonaro (PSL) terá um árduo caminho pela frente, previu o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), que coordenará a equipe de transição do governo. Entre as dificuldades está a reforma da Previdência. “Não teremos dias de facilidade”, afirmou. “Teremos dias de dificuldade e precisaremos estar unidos.”

Padilha estima que a “lua-de-mel” do presidente eleito com o Congresso Nacional deve durar de 90 a 120 dias, mas esse período não seria suficiente para aprovar um novo modelo para a reforma do sistema de aposentadorias, vontade já apresentada por Bolsonaro. Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), já descartou a proposta de Michel Temer (MDB).

“Vai precisar de mais de 90 dias para fazer. Seria bom aproveitar esses 60 dias [do governo Temer] para ver até onde se avança”, recomendou Eliseu Padilha. No Palácio do Planalto, Temer já se colocou à disposição para dar encaminhamento à proposta já aprovada em comissão especial da Câmara até o dia 31 de dezembro.

Sem a reforma da previdência, o atual ministro indica que o déficit público pode se aprofundar. O rombo nas contas do governo é hoje de R$ 300 bilhões. “Se houver interesse do novo governo em incrementar essa proposta, teremos toda a disposição de ajudar”, reafirmou Padilha. “Primeiramente, precisamos ver se eles querem acelerar.”

Temer entregará ao novo governo um balanço do que foi feito durante sua gestão em todos os ministérios e ainda indicará providências que não podem deixar de ser tomadas nos primeiros 120 de gestão. “Carros-pipas que abastecem com água milhões de nordestinos [e] a interiorização dos venezuelanos são programas que não podem ter interrupção”, exemplificou.

Segundo Padilha, o governo do MDB deixará mais de US$ 380 bilhões em reservas e compromissos financeiros em dia, além de um déficit público menor do que recebeu. “Cabe a nós facilitar a transição porque isso é do interesse da sociedade. O povo decidiu e o novo governo tem de governar para todos; a divisão entre brasileiros tem de ser banida.”

*Com informações da Agência Brasil

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