Ex-palmeirense Marcos Aurélio consegue indenização inédita no futebol brasileiro

  • Por Jovem Pan
  • 05/12/2014 17h44
Reprodução/Facebook O zagueiro Marcos Aurélio assina contrato com a União Barbarense em novembro de 2013.

O zagueiro Marcos Aurélio passou por um trauma duplo recentemente. Primeiro, em treino do União Barbarense em janeiro deste ano, o jogador dividiu uma bola com um colega e sofreu lesão grave no nervo fibular da perna direita. O clube, então, se negou a arcar com o tratamento e dispensou o zagueiro. A ele restou entrar na Justiça contra o time de Santa Bárbara do Oeste – e ganhar uma indenização que chega a 750 mil reais. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o jogador deu mais detalhes sobre o caso.

Dura jornada

Marcos Aurélio, que passou por times como Palmeiras, São Caetano e Bragantino, havia sido contratado em dezembro de 2013. A duração de seu contrato era de três anos, e o União Barbarense tentou provar que esse vínculo não existia e que o jogador já havia chegado ao clube contundido. “Por minha sorte, em todos os times que passo eu guardo os documentos, e eu tinha um documento assinado pelo presidente do clube em dezembro provando que eu havia sido contratado naquela época”.

Mas a jornada até a decisão judicial, à qual ainda cabe recurso, foi dura. A lesão tirou cerca de 75% dos movimentos do pé direito do zagueiro. Sem o apoio do clube, ele teve de pagar exames e medicamentos do próprio bolso. “Não tinha como jogar, era visível. Não podia nem fazer balãozinho com a bola”, conta. A ação judicial foi movida em fevereiro de 2014 e só agora a sentença foi determinada.

“Fui humilhado, fui deixado de lado. E eu tinha coisas a fazer, pensão para pagar, cuidar da minha família. Foi um momento muito difícil, um desgaste psicológico muito grande. Quero agradecer a Deus e ao trabalho dos meus advogados”. Apesar da vitória na Justiça, as sequelas são marcantes: Marcos Aurélio teve de encerrar a carreira e ainda convive com as dores. “Quando eu ando muito, a perna dói. Tenho tomado anti-inflamatórios. Alguns especialistas dizem que era melhor ter tido uma fratura, ter rompido algum ligamento, do que ter essa lesão”.

Agora, Marcos Aurélio tem de pensar na sua vida pós-futebol. “Estou com 37 anos, e acho que poderia jogar até os 40 ou 41 tranquilamente. Até hoje recebo ligações de clubes para me contratar. A única coisa que eu sabia fazer na vida era jogar bola. Agora não sei o que vou fazer. Primeiramente, vou organizar a cabeça, tentar superar esse trauma”, disse o jogador.

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