Nos pênaltis, Palmeiras vence o Corinthians e é campeão após 12 anos

Depois de abrir o placar no início da segunda etapa e levar o empate aos 50 minutos, Verdão supera o rival em disputa acirrada entre os goleiros

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2020 19h08 - Atualizado em 08/08/2020 20h55
Divulgação Felipe Mello ergue seu primeiro título como capitão do Palmeiras

Clássico é clássico, e a final do Campeonato Paulista, entre Palmeiras e Corinthians no Allianz Parque, teve todos os ingredientes de uma decisão que ficará na história do derbi paulistano. Após mais 45 minutos mornos, assim como a toda partida de quarta-feira, o Verdão saiu a frente no segundo tempo em uma falha de Avelar e conseguiu controlar a partida. Mas o futebol é terreno fértil para o impossível, e faltando dez segundos para o fim do jogo, Gustavo Gómez cometeu um pênalti indiscutível em Jô, e a partida foi para os pênaltis. Michel Macedo e Cantillo pararam nas mãos de Weverton, Bruno Henrique, nas de Cássio. No fim da série, Patrick de Paula encheu o pé e consagrou sua participação fundamental na equipe campeã.

Quis o destino que a quebra do jejum de 12 anos sem um título estadual fosse justamente com o técnico Vanderlei Luxemburgo, comandante do grupo que faturou o torneio em 2008. O jejum de vitórias sobre o Corinthians, porém, se mantém.

O jogo

Em um clássico como o derbi, tudo é faísca. A final começou quente muito antes do apito de Luiz Flávio de Oliveira. Para ‘dar o troco’ da final do Paulistão de 2018, quando o Corinthians envelopou o vestiário do rival, que normalmente tem em cores neutras, como se fosse o vestiário da Arena Corinthians, a diretoria do Verdão instalou fotos e murais com momentos e conquistas histórias para o clube. A nova “decoração” não agradou a diretoria corintiana, mas o “problema” logo foi resolvido, com tapumes pretos e bandeiras estendidas sobre as paredes. Era o esquenta para a decisão de horas depois.

A partida começou quente e cheia de faltas. Logo aos seis minutos, Cássio impediu que o Palmeiras saísse na frente em uma jogada articulada por Zé Rafael, que mesmo desequilibrado, conseguiu encontrar Willian dentro da pequena área. O goleiro corintiano defendeu no susto.

O Verdão ficou mais tempo com a bola nos pés, mas nenhuma das equipes se destacou na construção de jogadas perigosas. O jogo esfriou, e o Corinthians se apresentou aos 28 minutos para sua chance mais clara de gol. Luan serviu Jô, e o centroavante chutou duas vezes até conseguir o gol, mas o bandeira já marcava o impedimento.

Depois de três tempos medianos, enfim, a rede balançou, aos três minutos da segunda etapa. Luiz Adriano apontou onde queria a bola, e Viña entendeu – cruzou a bola na medida para o atacante, que subiu sozinho para cabecear em falha do agora zagueiro Danilo Avelar, que não acompanhou.

O Corinthians sentiu o gol, e não conseguia ficar com a bola. Para tentar reverter a situação desfavorável, Tiago Nunes apostou em Araos e Cantillo, abrindo mão dos seus jogadores menos ofensivos, Gabriel e Ramiro.

Mesmo teoricamente mais ofensivo, o Corinthians não oferecia perigo para a defesa do Palmeiras. Cantillo tentou, tentou, mas a dificuldade na conclusão das jogadas fazia com que o time continuasse atrás no placar. Em uma disputa de bola com Roni perto da linha de fundo, Fagner sentiu o tornozelo. Minutos depois, novamente em disputa com o atacante, ele foi deslocado e sentiu a lesão. Tiago Nunes escalou Michel Macedo para a substituição.

A vantagem no placar fez com que o Palmeiras recuasse um pouco, mas nem mesmo com mais posse de bola o Corinthians conseguiu chegar perto do gol de empate. Em uma cobrança de falta, Cássio foi para a área para tentar o cabeceio. Apenas o imponderável mudaria o cenário do jogo, e foi o que aconteceu.

Aos 51 minutos, Jô domina a bola na grande área e Gustavo Gómez dá um carrinho. Luiz Flávio de Oliveira apita sem precisar consultar o VAR. Na cobrança, o centroavante bate no cantinho esquerdo de Weverton, que chegou a tocar na bola, mas não evita o gol. Pênaltis no Allianz Parque.

Michel Macedo foi o primeiro a cobrar, e Weverton defendeu. Na sequência, Bruno Henrique também parou nas mãos de Cássio. Avelar e Raphael Veiga marcaram, e Cantillo perdeu. Depois, Scarpa, Sidcley, Lucas Lima e Jô converteram. O título estava nas mãos de Patrick de Paula, o último a bater. E um dos personagens mais comentados da final não se escondeu. Bateu forte, no alto, sem chances para o goleiro corintiano. Depois de 12 anos, o título do Campeonato Paulista voltava para a Barra Funda.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS 1 (4) X 1 (3) CORINTHIANS

Palmeiras – Weverton; Marcos Rocha, Felipe Melo, Gustavo Gomez e Viña; Patrick, Gabriel Menino (Bruno Henrique) e Ramires (Rony); Wilian (Lucas Lima), Zé Rafael (Raphael Veiga) e Luiz Adriano (Gustavo Scarpa). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Corinthians – Cássio; Fagner (Michel Macedo), Gil, Avelar e Carlos (Sidcley); Gabriel, Éderson, Ramiro e Luan; Vital (Everaldo) e Jô. Técnico: Tiago Nunes.

Gols – Luiz Adriano (3/2ºT), Jô (50/2ºT).

Cartões amarelos – Gabriel (12/1ºT), Gil (9/2ºT), Rony (25/2ºT), Cantillo (44/2ºT), Lucas Lima (45/2ºT).

Árbitro – Luiz Flávio de Oliveira.

Local – Allianz Parque, em São Paulo.

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