Ex-Palmeiras e Boca relembra expulsão por bolada em Tévez: “ele gosta do corpo a corpo”
Quando Palmeiras e Boca Juniors entrarem em campo nesta quarta-feira, às 21h45, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores, um jogador veterano, que atua no futebol do Distrito Federal, viajará no tempo. Trata-se de Baiano, ex-lateral-direito de Palmeiras, Santos e Boca Juniors. Hoje com 39 anos e em ação pelo desconhecido Real FC, de Brasília, o atleta guarda muitas recordações – doces e amargas – dos tempos em que vestiu as camisas dos rivais desta noite.
Campeão da Série B em 2003, Baiano saiu do Palmeiras rumo ao Boca em 2005 e fez o caminho inverso sete meses depois. O pouco tempo na Argentina se justifica por questões extracampo – carinhosamente apelidado de “Bombom”, Baiano passou a enfrentar problemas de racismo por causa da prisão do zagueiro argentino Leandro Desábato, do Quilmes, em jogo contra o São Paulo na Libertadores.
A situação, que parecia das melhores possíveis quando Baiano desembarcou em Buenos Aires para reforçar o Boca em pleno ano do centenário do clube, tornou-se insustentável após o acirramento dos ânimos entre brasileiros e argentinos. Resultado? Uma rescisão contratual foi paga pelo próprio jogador menos de um ano depois de sua chegada.
Não bastasse isso, a conturbada relação entre Baiano e o futebol argentino ganhou um novo capítulo assim que ele retornou ao Brasil para novamente jogar pelo Palmeiras, em julho de 2005. Bastou um clássico contra o então milionário Corinthians de Carlitos Tévez para que o lateral-direito voltasse a ser centro de uma polêmica entre Brasil e Argentina.
Baiano se desentendeu com o hoje atacante do Boca Juniors no último minuto da partida e foi expulso. Após receber o cartão vermelho, não se controlou a acertou uma bolada no rival, em uma atitude de destempero que lhe rendeu seis jogos de suspensão no Campeonato Brasileiro – o Corinthians venceu aquele jogo por 3 a 1, no Morumbi.
“O Tévez é muito provocador, gosta do corpo a corpo”, afirmou Baiano, em entrevista exclusiva à Rádio Jovem Pan 13 anos depois do ocorrido. “Houve um desentendimento entre nós dois, eu fui expulso e explodi. Foi uma atitude impensada. Isso só me faz achar que vamos ver um bonito duelo entre o Felipe Melo e o Carlitos (risos)”, acrescentou, com o seu característico bom humor.
Apesar de não guardar boas recordações do futebol argentino, Baiano sabe da força do time seis vezes campeão da América. Por isso, faz um alerta ao Palmeiras: “não pode deixar o Boca chegar em mata-mata, porque eles sabem jogar esse tipo de competição como ninguém. Eles são bem copeiros. E La Bombonera faz toda a diferença. É um campo onde eu tive a honra e o privilégio de jogar e fazer gol. A Bombonera treme. É um estádio diferente!”.
Ao menos, o Palmeiras não terá o “desprazer” de jogar na Bombonera já nesta quarta-feira. O duelo desta noite, válido pela terceira rodada da Libertadores, será disputado no Allianz Parque. O confronto em Buenos Aires acontecerá somente daqui a duas semanas, no dia 25.
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