Vice do São Paulo credita atrito político à intriga dos bastidores, mas garante elenco “blindado”

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2014 13h00
Jovem Pan Briga política no São Paulo pode afetar o time no campo?

“Situação incontrolável”. Foi assim que Ataíde Gil Guerreiro, vice de futebol do São Paulo, classificou o atrito entre Carlos Miguel Aidar [atual presidente do clube] e Juvenal Juvêncio [ex-mandatário] que vem ganhando novos episódios nos últimos dias. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o dirigente garantiu que o elenco Tricolor está “blindado” para não ser afetado pelo atrito entre os dois, lamentou que boatos sobre o caso surjam dos bastidores do clube e afirmou que opositores estão muito felizes com o ambiente conturbado no Morumbi. 

Em ótima fase no Campeonato Brasileiro, o São Paulo não esperava enfrentar uma crise política no momento. Por isso, Guerreiro garantiu que a diretoria vem trabalhando para que isso não afete os atletas. “Aqui nós vamos blindar para que não chegue absolutamente nada de política no centro de treinamento. Nosso pensamento aqui é no Coritiba e no Corinthians, que são nossos dois compromissos da semana”. Sem perder há nove jogos na competição, o time do técnico Muricy Ramalho tem apenas quatro pontos a menos que o líder Cruzeiro na tabela.

O dirigente também fez questão de rebater boatos sobre uma possível falta de apoio à continuidade do trabalho de Muricy Ramalho no clube. “Enquanto eu estiver no São Paulo, quem manda no futebol sou eu e eu não estou pensando exatamente nada contra o Muricy. Estamos em uma fase no qual esse tipo de discussão não tem que vir nem à tona. Lamento que esse tipo de coisa saia de lá do Morumbi. O fato político eu vou discutir dentro do São Paulo em reuniões do conselho, a política vai ficar fora dos gramados”, declarou.

Aidar x Juvenal

O conflito entre os dois dirigentes são-paulinos se iniciou quando Aidar, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, criticou as medidas da gestão de Juvenal Juvêncio e escancarou uma crise financeira no clube. Em resposta, o ex-presidente são-paulino rebateu fortemente o atual em carta aberta à imprensa. Depois de muito bate boca, Aidar decidiu demitir Juvenal na última segunda-feira (15) de seu cargo como diretor do futebol de base do clube. 

Guerreiro deixou claro que não aprovou o atrito entre os homens fortes do clube e disse aguardar por um consenso entre os dois. “Não gostei da confusão entre eles, mas já que aconteceu, espero que eles tenham cabeça o suficiente para chegarem a um denominador comum e deixar o futebol fora disso”, disse o diretor que também negou que a demissão de Juvenal abra espaço para um possível retorno de Marco Aurélio Cunha ao cargo. 

O dirigente afirmou que o atrito entre os dois foi fruto do “fogo amigo” dos bastidores do clube. “Eu tenho absoluta certeza [que algumas pessoas de dentro do clube estão felizes com a situação conturbada]. Existem sempre aqueles satélites que convivem em volta dos dois e que falam mais do que deveriam. Eles deveriam ter aconselhado os dois a não chegar nesse ponto. Eu aconselhei os dois nesse sentido, é essa a atuação que se espera de pessoas de dentro do clube”, disse.

“Não conversei nada, apenas participei de uma reunião que ele fez com toda a diretoria. A partir do momento que eu sai da reunião, em que foi anunciada a demissão do Juvenal, eu não tive mais nenhum contato com o presidente”. Apesar das críticas, Guerreiro disse ser a favor da existência da oposição no clube. “Sempre digo que tem que ter situação e oposição, com troca de opiniões, que é isso que leva o clube para frente. O que não pode é virar guerra”, ponderou. 

Questionado sobre uma possível reformulação envolvendo mais demissões de nomes importantes no clube como Leco e João Paulo de Jesus Lopes, o dirigente se esquivou. “Não tenho nada a ver com reformulação. Isso só quem pode responder é o presidente do clube”, finalizou. 

 

 

 

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