Acnur critica falta de consenso entre países europeus sobre refugiados
Genebra, 15 set (EFE).- A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) está insatisfeita com a falta de consenso no Conselho dos países europeus em relação ao plano de amparo de refugiados.
Apesar de a maioria dos países comunitários estarem de acordo em aprovar um plano de amparo para 120 mil refugiados, não conseguiram chegar a um consenso, e os ministros europeus aprovaram uma proposta anterior que cobre 40 mil refugiados.
A Acnur considera que, para que a realocação funcione, deve estar acompanhada de um plano de emergência de grande escala e de centros de recepção e ajuda na Grécia, na Hungria e na Itália, por serem os países de chegada dos refugiados.
“Continuamos a achar que o problema é manejável se houver cooperação, e as consequências desta indecisão vão trazer mais sofrimento aos imigrantes e aos refugiados, deixando-os estagnados no limbo da legalidade, sendo empurrados de um país a outro, sem saber para que país ir” alertou hoje a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming.
A organização pediu, além disso, um esforço extra da Frontex, a agência de fronteiras europeia, para ajudar a Grécia a evitar novas tragédias em alto-mar, já que os imigrantes continuarão chegando.
De fato, esta manhã duas mil pessoas chegaram à costa grega, e só nas últimas 24 horas, 22 pessoas morreram tentando alcançar o continente.
Atualmente há na Grécia nove mil pessoas, entre refugiados e imigrantes, e só ontem outras 3.500 pessoas saíram do país em direção a outras nações europeias.
Por outra parte, ontem 5.300 pessoas chegaram a Macedônia, 5.600 entraram na Sérvia, 10 mil chegaram à Hungria e foi alcançado o número recorde de 20 mil pessoas que chegaram à Áustria desde a Hungria.
Fleming advertiu que devido aos controles reestablecidos na fronteira alemã, o número de chegadas é muito menor.
Por sua vez, a Organização Internacional de Migrações (OIM) informou hoje que 464.876 pessoas cruzaram o Mediterrâneo para tentar chegar à costa europeia este ano.
De todas elas, 340.991 pessoas chegaram à Grécia, 121.619 à Itália e 2.166 pelo litoral espanhol.
Segundo a apuração da OIM, 2.812 pessoas morreram na tentativa, embora o organismo advirta que esses números são muito menores do que os números reais de pessoas que morreram na travessia. EFE
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