Atividade econômica tem quinta queda mensal seguida em pesquisa do Ibre-FGV

  • Por Agência Brasil
  • 16/04/2015 15h30
Marcos Santos/USP Imagens Economia

O Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) para o Brasil, calculado em conjunto pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas ( Ibre-FGV) e pela instituição americana The Conference Board, recuou 2,0% em março último ao atingir 90,4 pontos. Foi a quinta queda mensal seguida, ligeiramente mais forte que as variações negativas de 1,7% em janeiro e de 1,4% em fevereiro.

Lançado em julho de 2013, o Iace é calculado sobre oito componentes econômicos que medem a atividade econômica. Segundo o Ibre-FGV, cada um dos componentes tem antecipado com eficiência as tendências da economia.

São eles: taxa referencial de swaps cambiais (equivale à venda futura de dólares) pré-fixadas, de 360 dias, do Banco Central; índice Ibovespa da Bolsa de Valores de São Paulo; índices de expectativas das sondagens da indústria, dos serviços e do consumidor, da FGV; índice de produção física de bens de consumo duráveis, medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e os índices de termos de troca e de quantum de exportações, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

Por meio do Iace, os economistas podem fazer comparações diretas dos ciclos econômicos do Brasil com os de outros 11 países e regiões já cobertos pelo The Conference Board: China, Estados Unidos, zona do euro, Austrália, França, Alemanha, Japão, México, Coréia, Espanha e Reino Unido.

O economista do Ibre- FGV Paulo Picchetti avalia que o resultado negativo de março foi influenciado por uma piora em relação às expectativas das empresas e pela queda na confiança do consumidor. “O persistente enfraquecimento do Iace sugere que as condições econômicas vão se deteriorar ainda mais”, observa Picchetti. Ele acentuou que o atual quadro político não ajuda a recuperar a confiança dos empresários.

Já o economista Ataman Ozyildirim, do The Conference Board, lembrou que o índice tinha atingido momentânea estabilização, no final do ano passado. Porém, “a contínua queda da confiança de empresas e do consumidor está produzindo seus efeitos nas perspectivas econômicas para 2015”.

Além do Iace, as duas instituições acompanham as variações em torno do Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE) do Brasil que, ao contrário do Iace, aumentou 0,3% , ao atingir 104,7 pontos , revertendo a queda de 0,4%, apurada em fevereiro.

Este indicador é formado pelo índice de produção física da Indústria; consumo de energia elétrica na indústria; índice de volume de vendas do comércio varejista; pela expedição de papel e papelão ondulado; pelo número de pessoas ocupadas; e rendimento médio real do trabalho assalariado.

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