Casos de coronavírus no Brasil chegam a 2.517; são 59 mortes

Quarentena foi “precipitada, muito cedo e desarrumada”, diz ministro da Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2020 17h00 - Atualizado em 25/03/2020 19h23
EFE/EPA/ERDEM SAHIN Até agora, o índice de letalidade do vírus é de 2,4%; amanhã completa 1 mês do primeiro caso

O Brasil registra 2.517 casos de coronavírus e 59 mortes. Os números foram atualizados nesta quarta-feira (25) pelas autoridades.

Durante a tarde, o Ministério da Saúde disse que os casos de coronavírus no Brasil subiram para 2.433. As mortes são 57. Depois da divulgação dos dados, a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro anunciou mais confirmações e outras duas mortes.

Foram registrados os primeiros óbitos fora do Sudeste: um em Pernambuco, um no Amazonas (1º da Região Norte), e um no Rio Grande do Sul. São 48 em São Paulo e, agora, 8 no Rio de Janeiro.

Ontem, eram cerca de 2,2 mil casos e 46 óbitos. Até agora, o índice de letalidade é de 2,4%.

Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, os números estão crescendo em um ritmo aproximadamente igual nos últimos dias. Amanhã, faz um mês desde o registro do primeiro caso no Brasil.

Quarentena

Mandetta afirmou, em entrevista coletiva, que a quarentena decretada em praticamente todos os Estados brasileiros foi “precipitada, muito cedo e desarrumada”, em consonância com o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro ontem, que pregou o “retorno à normalidade”.

“Não foi bom esse negócio de quarentena”, disse o ministro. “As equipes de governo tomaram medidas assimétricas”.

Segundo ele, a última vez que o Brasil lançou mão de uma quarentena foi em 1917, durante a gripe espanhola. Mandetta explicou que esse recurso é utilizado quando há uma doença infecciosa, com transmissão fácil, alta letalidade e grande capacidade de sobrecarregar o sistema de saúde — todas características do coronavírus.

“Faz parte errarmos. Se estamos iniciando a curva, temos que ter muita calma, porque fechar tudo é um remédio extremamente duro e amargo e vai ter a hora que precisaremos usar. Podemos ter a redução da mobilidade urbana antes, há medidas que vão sendo tomadas até que se chegue a um patamar [de casos confirmados]”, continuou.

“Quando você chega nesse patamar, pode pensar em fechar as cidades. Houve um efeito cascata de decretação de lock downs em todos os territórios, como se estivéssemos em franca epidemia”, afirmou Mandetta.

Ele esclareceu que “não será mudado um milímetro no foco na vida”, mas que a economia também é importante. “As pessoas precisam comer, abastecer suas casas, precisam ir e vir porque faz parte da própria sobrevivência. As questões econômicas são importantíssimas e fazem parte da linha da fala do presidente”.

O ministro disse que a solução é se juntar com os governadores e fazer uma proposta nacional e organizada, olhando todos os quadros. “A situação do Ceará é totalmente diferente da de Goiás”, exemplificou. Hoje, os 27 líderes estatais se reúnem para conversar sobre as medidas de contenção ao vírus no Brasil.

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