Congresso corrigirá obrigatoriedade da Petrobras no pré-sal, diz Cunha

  • 26/06/2015 13h28
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante reunião da Mesa Diretora (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Eduardo Cunha

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta sexta-feira que a obrigatoriedade de presença da Petrobras em todas as áreas do pré-sal será “corrigida” pelo Congresso, impulsionando as ações da estatal.

“Erramos na mudança do regime de concessão para partilha. A obrigação da Petrobras participar (no pré-sal) vai ser corrigida. A mudança de regime eu não sei”, disse Cunha durante evento com jornalistas no Rio de Janeiro.

As ações da Petrobras ampliaram a alta após a declaração do presidente da Câmara. Por volta das 13h, as preferenciais subiam 4,1 por cento, enquanto as ordinárias avançavam 4,5 por cento no mesmo horário.

Segundo ele, o Senado deve votar matéria que muda a obrigatoriedade da Petrobras no pré-sal já na semana que vem, para então a pauta seguir para a Câmara.

O projeto de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) tramita em regime de urgência, conforme requerimento aprovado em plenário.

“Semana que vem o Senado pode votar, e a Câmara vota em seguida… No segundo semestre, vamos votar”, disse Cunha.

Críticos da obrigatoriedade de participação de ao menos 30 por cento da Petrobras nos campos do pré-sal afirmam que essa exigência engessa a companhia, que tem passado por dificuldades financeiras em meio à investigação de um bilionário esquema de corrupção, apurado pela operação Lava Jato.

Em entrevista à Reuters, após o evento, o presidente da Câmara afirmou ser favorável ao fim da obrigação de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal. “Se depender de mim, isso cai também”, disse ele.

A legislação atual obriga a Petrobras a ter participação mínima e a ser a operadora em todos as áreas do pré-sal, que são concedidas por meio do regime de partilha, no qual parte da produção de petróleo é repassada para a União.

Segundo o parlamentar, uma eventual flexibilização na lei de partilha seria feita por meio de votação de um projeto de lei. “É mais difícil mudar o regime de partilha, mas os 30 por cento sim, dá para mudar”, declarou.

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