Em meio à crise política, Temer libera R$ 1,8 bilhão em emendas em junho

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/07/2017 08h25
BRA101. BRASILIA (BRASIL), 26/06/2017.- El presidente de Brasil, Michel Temer, participa hoy, lunes 26 de junio de 2017, en una Ceremonia de Sanción de la Ley que regula la Diferenciación de Precio, en el Palacio de Planalto, en la ciudad de Brasilia (Brasil). Temer, que entre hoy y mañana puede ser denunciado formalmente por supuesta corrupción, participó en un acto con empresarios, se mostró sereno y afirmó que "nada" lo "destruirá". EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves De janeiro a maio deste ano, o governo havia empenhado R$ 102,5 milhões em emendas

Com a denúncia por corrupção passiva tramitando na Câmara, o presidente Michel Temer reforçou a liberação de verbas para parlamentares. Apenas em junho, o governo empenhou mais de R$ 1,8 bilhão em emendas. O valor supera o empenhado pela presidente cassada Dilma Rousseff para tentar barrar o impeachment no ano passado.

De janeiro a maio deste ano, o governo havia empenhado R$ 102,5 milhões em emendas. O valor total previsto para este ano é de R$ 6,3 bilhões.

A liberação desses recursos é considerada uma espécie de “moeda de troca” entre o Palácio do Planalto e o Congresso, e costuma ser usada pelo governo para garantir apoio em votações importantes. Para barrar o seguimento da denúncia, Temer precisa do voto de pelo menos 172 dos 513 deputados.

A maioria dos recursos liberados por Temer em junho tem como foco deputados e senadores da base do governo. Dos dez parlamentares que encabeçam o ranking dos valores empenhados, apenas a deputada Alice Portugal (PC do B-BA) é de um partido de oposição.

Além dos valores empenhados, que são uma espécie de promessa de pagamento futuro, o governo reforçou a liberação dos chamados restos a pagar, recursos referentes a emendas de outros anos que ainda não haviam sido pagas. Somente em junho, foram liberados cerca de R$ 535 milhões, quase um terço do valor colocado à disposição o ano inteiro: R$ 1,6 bilhão.

Líder do governo no Congresso, o deputado André Moura (PSC-SE) negou que a liberação das emendas tenha como objetivo ajudar Temer a derrubar a denúncia. “Se toda vez que o governo liberar as emendas impositivas se entender que é um jogo de ação política para a cooptação de parlamentares, para qualquer que seja a votação, então nós não vamos mais poder liberar nada”, disse.

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