Evo Morales pede que profissionais da saúde e educação voltem a trabalhar

Mesmo após a renúncia do ex-presidente, a greve geral no País continua

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2019 16h10 - Atualizado em 11/11/2019 20h52
EFE Evo Morales é ex-presidente da Bolívia Bolívia registrou incêndios em casas, saques a lojas e gangues nas ruas nas cidades de La Paz, capital do país, e Santa Cruz

O agora ex-presidente da Bolívia Evo Morales pediu nesta segunda-feira (11) em suas redes sociais que os “trabalhadores de saúde e educação voltem a prestar serviços para a população”. Mesmo após a renúncia de Morales e de seu vice, Álvaro Garcia Linera, a greve geral no País continua.

“Acima das posições políticas, [os profissionais] têm a missão de cuidar com qualidade e solidariedade do povo”, escreveu o ex-presidente.

Depois deste domingo (10), quando ele renunciou, a Bolívia registrou incêndios em casas, saques a lojas e gangues nas ruas nas cidades de La Paz, capital do país, e Santa Cruz. Além disso, foram registrados confrontos violentos entre a polícia e manifestantes a favor de Morales. Um repórter de um veículo local de La Paz informou que 64 ônibus foram queimados durante a noite e que o Teleférico suspendeu seus serviços por conta dos ataques de violência.

“Depois do primeiro dia de golpe cívico-político-policial, a polícia reprime com bala para provocar mortos e feridos em El Alto. Minha solidariedade com essas vítimas inocentes, entre elas uma menina, e ao heroico povo defensor da democracia”, disse Morales.

De acordo com o jornal boliviano “El Deber”, o comandante geral da polícia, Vladimir Yuri Calderón, renunciou nesta segunda-feira (11) depois destes incidentes.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), expressou preocupação sobre a crise política e a situação dos direitos humanos no País. Segundo dados citados pela CIDH em comunicado, três pessoas morreram, 421 ficaram feridas e 222 foram presas após as eleições de 20 de outubro, que tiveram suspeitas de fraude e desencadearam uma onda de protestos contra o governo.

Entenda

Na manhã de ontem, antes de renunciar, Morales havia anunciado sua decisão de convocar novas eleições – após mais de duas semanas de mobilizações dos cidadãos, que consideravam ter havido fraude eleitoral. Horas antes do anúncio de nova votação, um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) alertou para graves irregularidades nas últimas eleições gerais boliviana.

A Bolívia segue sem governante. Como também renunciaram o ex-vice-presidente do país, o presidente da Câmara de Deputados, e a presidente do Senado, cabe ao Legislativo escolher um novo presidente do Senado para que possa acatar a renúncia de Morales e dar início ao processo de novas eleições.

A Constituição boliviana estabelece que “em caso de impedimento ou ausência definitiva do presidente, ele será substituído pelo vice-presidente e, na ausência deste, pelo presidente do Senado, e na ausência deste pelo presidente da Câmara dos Deputados. Neste último caso, novas eleições serão convocadas dentro de um período máximo de noventa dias”.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.