Guedes diz que governo busca mais investimentos: ‘Estou preocupado que Brasil fique para trás’

Em sua fala na XI Cúpula dos Brics, ele citou oportunidades em diferentes áreas, como a de infraestrutura

  • Por Jovem Pan
  • 13/11/2019 16h39 - Atualizado em 13/11/2019 16h40
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Paulo Guedes Ministro sinalizou ainda que o Brasil vai cumprir com os pagamentos devidos a órgãos internacionais

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (13) que está “preocupado que o Brasil fique para trás”, por isso o governo está buscando um maior fluxo de investimentos para o País. Em sua fala na XI Cúpula dos Brics, ele citou oportunidades de investimentos em diferentes áreas, como as de portos, ferrovias, rodovias e aeroportos.

Segundo Guedes, o Programa de Parceiras de Investimentos (PPI) é uma excelente landing place (área de pouso) para investimentos estrangeiros. “Temos à frente a revolução da energia barata, o gás natural”, citou.

Além de defender mais investimentos no País, o ministro falou em vários momentos do discurso sobre a importância de o Brasil aumentar sua integração no mercado internacional. “O comércio internacional está tirando a população global da miséria. Está todo mundo melhorando o padrão de vida quando entra na integração”, explicou.

Pagamentos a órgãos internacionais

O ministro da Economia sinalizou ainda que o Brasil vai cumprir com os pagamentos devidos a órgãos internacionais. Durante o evento do Banco dos Brics, ele afirmou que, “por um tempo”, o País fingiu que pagava suas obrigações no banco, enquanto o banco fingiu que emprestava recursos.

De acordo com Guedes, nos últimos anos o Brasil tem recebido menos dinheiro do banco que outros países que fazem parte dos Brics, como a África do Sul. “Estamos conversando sobre isso. Temos que estar mais presentes.”

O ministro disse também que a participação do Banco dos Brics no País não se resume ao financiamento, incluindo também a experiência com projetos de infraestrutura. “As portas estão abertas para que o Banco traga inteligência no design de projetos”, comentou.

Novas tecnologias

Guedes afirmou que o terceiro nível de integração do Brasil com os países dos Brics está ligado as novas tecnologias e destacou que isto poderá trazer negócios e parcerias para o País no mundo digital. “Há muito o que aprender, cooperar, nesta terceira dimensão também”, disse. Além da dimensão digital, Guedes havia citado em sua apresentação a dimensão do comércio e a do investimento.

Ele declarou ainda que a intenção do governo é derrubar o custo da energia no Brasil “em 30% ou 40% nos próximos dois anos”. Ele defendeu também a adoção de marcos regulatórios mais eficientes, para atrair investimentos para o País. “A cessão onerosa não é um bom marco institucional. Teremos que mudar”, citou, lembrando que no leilão promovido no início de novembro diversas companhias internacionais ficaram de fora da disputa pela cessão onerosa.

“Do que adianta US$ 3 bilhões para operar um porto, se depois não sobram recursos para investir?”, exemplificou, ao tratar da regulação brasileira de maneira geral. “O objetivo não deve ser maximizar a arrecadação e minimizar o investimento futuro”, acrescentou. “Vamos para marcos regulatórios mais eficientes.”

‘Dançar com todos’

O ministro afirmou ainda que todos os investidores são bem vindos ao Brasil. Alternando seu discurso com frases em português e inglês, em função da plateia, Guedes disse que o País está “em festa”. “Vamos dançar com todos. Estamos abertos a negócios.”

Guedes destacou que um dos objetivos do governo é elevar o padrão de vida e o poder de compra da população. Segundo ele, hoje o Brasil tem fontes de energia baratas que, no entanto, chegam a preços elevados às empresas e aos consumidores. “A energia chega cara ao consumidor por conta de ineficiência do governo”, avaliou.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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