Nise Yamaguchi nega ter relações com a Prevent Senior e diz que não elaborou ‘tratamento precoce’

Médica alega não ter participado de tratamentos ou adulterado certidões de óbito de Anthony Wong, Regina Hang e Enio Mainardi

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2021 19h00 - Atualizado em 28/09/2021 19h29
Jefferson Rudy/Agência Senado Mulher de máscara depõe na CPI Nise Yamaguchi foi interrogada pela CPI no início de junho

A médica Nise Yamaguchi negou ter relações com a operadora de planos de saúde Prevent Senior, que vem sendo acusada de encobrir mortes de pacientes durante estudos para verificar a eficácia do chamado ‘kit covid’, até fraudando certidões de óbito. Yamaguchi foi citada em dossiê feito por médicos que trabalharam para a Prevent Senior como uma das pessoas que haviam elaborado o ‘tratamento precoce‘ aplicado. O documento também diz que a médica visitava os hospitais para acompanhar casos especiais, como os do médico Anthony Wong, outro grande defensor do tratamento precoce, o de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang e o de Enio Mainardi, publicitário e pai do jornalista Diogo Mainardi. Os três teriam morrido por causa da Covid-19 e tido suas certidões de óbito fraudadas para que outra causa aparecesse.

Em nota oficial, Nise afirmou que visitou Anthony Wong e Enio Mainardi em hospitais da Prevent Senior na condição de amiga dos dois e que não teria participado da corpo de médicos responsável pelos casos. Também disse nunca ter conhecido Regina Hang. “Ressalto que nunca fui pessoalmente à Prevent Senior participar de reuniões científicas ou buscar dados dos tratamentos ali realizados. E em nenhum momento orientei qualquer tratamento que seja a ser adotado por aquela entidade. O meu conhecimento a respeito dos dados técnicos da referida entidade e que me foram úteis nos meus estudos, apenas e tão somente, foram obtidos com as informações públicas e conversas entre especialistas”, afirma a médica na nota.

Nise também diz que não havia um “gabinete paralelo” que recomendasse a adoção do tratamento precoce para o governo federal, acusação que vem sendo apurada pela CPI da Covid-19 no Senado – segundo ela, a presidência apenas convidou-a para dar sua opinião e ela foi ouvida com “atenção e simplicidade”. Também voltou a relembrar a passagem pela CPI em 2 de junho, reafirmando que teve os “direitos desrespeitados e a honra vilipendiada” pelos senadores. “Tenho recebido inúmeras manifestações que mostram a indignação de muitos brasileiros pela forma eu e muitos médicos com renomados currículos e notória experiência, estão sendo tratados e sofrendo brutais interferências no que diz respeito a relação médico paciente em relação aos tratamentos orientados a nossos pacientes de Covid-19”, relatou a médica na nota.

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