Para Marina Silva, processo no TSE tem mais fundamentos para um impeachment

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2015 16h29
SÃO PAULO, SP, 29.07.2015: MARINA-SILVA - Entrevista exclusiva com a ex-senadora Marina Silva, para a Folha, onde fala sobre a atual conjuntura política. (Foto: Juca Varella/Folhapress) Juca Varella/ Folhapress Marina Silva

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, a senadora Marina Silva afirmou que o processo que tramita no Tribunal Superior Eleitoral, que traz a denúncia de que parte do dinheiro desviado de corrupção na Petrobras foi utilizado para financiamento de campanha da presidente Dilma e deu seu vice Michel Temer, teria mais força em um possível processo de impeachment.

Marina Silva explicou que o processo no TSE “abarca o conjunto dos problemas, porque considera a chapa como um todo. No caso do processo de impeachment foram subtraídas as denúncias de corrupção. Nesse momento, o processo que dá conta dos processos de corrupção tem a ver com o TSE”.

Para a criadora da Rede Sustentabilidade, a figura da presidente Dilma e de seu vice estão implicados da mesma forma. Ela afirmou ainda que, caso as denúncias de corrupção estivessem presentes no texto dos juristas, o processo de impeachment seria mais complicado.

“Queremos, de fato, resolver a crise política e que a gente possa ter uma agenda de transição. A sociedade brasileira está perplexa vendo uma série de coisas acontecendo”, disse.

Ainda sobre a ação no TSE, protocolada pelo PSDB, Marina Silva afirmou que pediu aos advogados da rede para que verifiquem o tipo de ação possível a ser feita. “A minha sugestão para a Executiva da Rede é que possamos ter uma ação solidária ao encaminhamento (…) Não podemos fazer qualquer movimento que pareça, mas não é. Hoje não é momento de ficar pensando em eleição. Só pensar em eleição foi o que nos levou ao buraco. É preferível perder uma eleição do que o rumo da nação”, declarou.

Pedido de impeachment acatado por Cunha

Nesta quarta-feira (02), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acatou o pedido de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.

Em relação ao texto, Marina Silva argumentou que a decisão do parlamentar não deve ser vista como golpe, mas declarou que “os elementos [apresentados] não são suficientes para o que se propõe a medida”.

Sobre a comissão especial que será instalada na próxima segunda-feira (07), que definirá o presidnete e o relator para análise do pedido de impeachment, a senadora disse que o partido (Rede) participará “com toda a isenção e rigor” para firmar seu posicionamento.

“Com autonomia e tranquilidade vamos afirmar nossa convicção”, disse.

Barganha

Marina Silva declarou ser um “episódio lamentável” as acusações mútuas entre Dilma e Cunha de que estariam sendo feitas barganhas para que um “salvasse o cargo do outro”. Para ela, as motivações de Cunha para aceitar o pedido de impeachment são “questionáveis”.

“Nas últimas semanas observamos um conjunto de tentativas de chantagem e barganha. Agora nós temos uma situação deplorável de acusação mútua”, disse ao ressaltar que para o País sair da crise em que se encontra é necessário reforçar o trabalho do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e das investigações da Operação Lava Jato.

Problemas do País

Para Marina, os probelmas enfrentados pelo Barsil estão inseridos no contexto de profunda crise econômica, social, política e de valores. “Os problemas existem, são reais e precisam ser enacarados. A melhor forma de superar é não passar por cima dos problemas. O Brasil hoje está sem perspectiva”, lamentou.

Segundo ela, é hora de pensar no País e no que é efetivo para que ele retome o crescimento. “Esse é o momento da gente buscar novos caminhos e novas maneiras de caminhar”, finalizou.

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