Pedido de impedimento e notícia sobre ministro Napoleão gera tensão no TSE

  • Por Jovem Pan
  • 09/06/2017 16h18 - Atualizado em 28/06/2017 23h54
Divulgação/TSE Ministro Napoleão Nunes Maia - Divulgação

A volta da sessão do julgamento da chapa Dilma-Temer foi quente. Após o ministro relator, Herman Benjamin, votar pela cassação, o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, pediu uma questão de ordem para solicitar o impedimento de Admar Gonzaga do processo. O ministro foi advogado da ex-presidente Dilma Rousseff.

Luiz Fux pediu a palavra e afirmou não haver nenhuma contaminação por impedimento e que o que viria a seguir diz respeito a uma discussão estritamente jurídica de acordo com o voto do relator. Após isso, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, ironizou o vice-procurador-geral eleitoral, afirmando que pensava que Dino pediria a inelegibilidade do ex-presidente Lula, indo pelo mesmo raciocínio. A questão de ordem foi rejeitada por todos os ministros.

Gilmar Mendes se exaltou. “O Ministério Público não pode agir coagindo o tribunal ou fazendo jogo de mídia. (…) (O MPF) Precisa ser pautado pela lealdade processual”, disse o presidente do TSE. O vice-procurador-geral negou ter sido desleal. “É bom que seja assim”, respondeu Mendes.

Passado isso, no momento do voto do ministro Napoleão Nunes Maia, o clima voltou a ficar tenso. Ele citou o episódio em que seu filho foi ao tribunal, mais cedo, com um envelope. O fato gerou repercussão na imprensa e questionamentos sobre o que teria dentro do envelope. O ministro também se exaltou.

“Meu filho veio me trazer fotos da minha neta. Ele não vinha trajado a rigor, portanto ele não pôde entrar. No instante seguinte, um site altamente dinâmico e consultado no Brasil publica algo mais ou menos o seguinte: homem misterioso portando envelope tenta forçar entrar na corte do TSE. Era simplesmente o envelope com as fotos de uma criança. O homem misterioso era meu filho simplesmente”, disse Napoleão.

O ministro ainda citou uma matéria de outro veículo que diz que seu nome havia sido mencionado em uma delação da OAS. Napoleão negou veemente.

“Não é jornalista quem faz isso. (…) Se isso não terminar, o final não será bom”, avisou o ministro do TSE.

Após a revolta de Napoleão, o presidente Gilmar Mendes se solidarizou e suspendeu a sessão por cinco minutos.

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