Tensão inicial, manifestações e cochichos da plateia; confira os bastidores do penúltimo debate presidencial
Com o fogo cruzado entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no debate JOVEM PAN, SBT e UOL, a expectativa para o reencontro entre os dois candidatos antagônicos na corrida pelo Planalto causou movimentação nos bastidores da TV Record.
Dez minutos antes de o embate começar, Dilma e Aécio, já no palco e sem o apoio de assessores, aparentavam tranquilidade. A petista manuseou o material de apoio fazendo anotações. O tucano estava mais quieto.
No primeiro bloco, com a questão sobre unificação de tributos, a esperança daqueles que esperavam por ataques mais ferozes de ambos os candidatos foi murchada. Os espectadores passaram a acompanhar atentamente aos primeiros movimentos no palco.
Dilma evitou olhar diretamente para Aécio durante quase todo o primeiro bloco. A candidata se limitou a mirar as câmeras até mesmo no momento em que teve que replicar. O ex-governador de Minas Gerais, alternou se dirigindo aos telespectadores e à oponente no palco. O mesmo aconteceu com ele quando o assunto mudou para ‘violência’. Dilma, porém, seguiu evitando o olhar direto.
Já com 10 minutos de debate, os olhares na plateia, composta principalmente por nomes importantes do PT e do PSDB, passaram a ser menos tímidos. O interesse entre os convidados cresceu na medida em que os candidatos ficaram mais confortáveis.
Nos intervalos, como é costume, os assessores correram para auxiliar seus candidatos. Na plateia, jornalistas buscaram por personalidades do cenário político para arrancar declarações exclusivas sobre o debate e outros assuntos.
Os mais procurados, por exemplo, foram o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; o senador (PSDB-SP) Aloysio Nunes; o senador eleito José Serra (PSDB-SP), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
De um modo geral, as respostas foram protocolares, com uma avaliação positiva sobre o debate de ideias entre Dilma e Aécio. O posicionamento dos convidados é, indiretamente, uma comparação com o último debate, em que os ataques entre ambos os candidatos foram mais intensos.
Com isso, quem assistiu do estúdio ao debate parecia mais interessado em observar os detalhes, cada expressão facial dos candidatos. Os monitores espalhados pelo local passaram a ser o alvo maior da plateia. Os cochichos começaram no segundo bloco.
A partir disso, manifestações mais claras de apoio, também, se iniciaram. Tucanos foram os primeiros ao rirem de uma resposta da candidata rival sobre o crescimento do país. Nesse momento, a presidente do Brasil, ao falar, passou a olhar diretamente para Aécio.
A mudança de postura de Dilma coincidiu com uma transformação na plateia, também. Os petistas como o ministro licenciado da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, por exemplo, passaram a tecer rápidos e discretos comentários em cochicho.
Quando o assunto ‘corrupção’ entrou em cena, olhar o celular e falar baixinho pasaram a significar um risco alto de perder detalhes preciosos do desempenho dos candidatos durante o assunto mais delicado até então abordado no encontro.
Dilma passou a ser mais enfática, olhou mais para Aécio que para a câmera. Aécio continuou alternando olhares entre câmera e a candidata petista. A primeira manifestação de apoio teve palmas, gritos e exigiu um pedido de silêncio da mediadora Adriana Araújo.
Logo após as considerações finais, o palco foi tomado por jornalistas e convidados. O objetivo era claro obter atenção dos presidenciáveis, que deram entrevistas. Dilma, que não deu entrevista e passou direto na zona mista na chegada, parou para conversar. Fãs também se aproveitaram para tirar fotos, inclusive as do tipo selfie.
Com o fim da entrevista final dos candidatos, o estúdio ficou frio. O clima de rivalidade, de confronto se esvaiu junto à saideira de Dilma e Aécio, acompanhado por batalhões de jornalistas, assessores e segurança. Antes do apagar das luzes, algumas poucas personalidades aproveitaram para bater papo com conhecidos.
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