Brics impulsionam perspectiva de maiores negócios da avicultura brasileira

  • Por Agencia EFE
  • 16/07/2014 20h03

Isadora Camargo.

São Paulo, 16 jul (EFE).- Os produtores de suínos e aves do país esperam que o fortalecimento dos Brics possa abrir novos mercados e oportunidades de comercializar os produtos em moedas regionais, sem envolver o dólar, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

“Com o fortalecimento das relações com países emergentes que aconteceu nesta semana no Brasil, percebemos uma vontade mútua de todos os países em fortalecer o uso de moedas locais como forma de destravar negócios”, explicou o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.

Durante o VI Encontro da Cúpula dos Brics, em Fortaleza (CE), a ABPA participou de uma série de reuniões com autoridades de China, Índia, Rússia e África do Sul para tentar estreitar laços e negócios entre os países do grupo.

Com a presença de autoridades chinesas, a entidade buscou a agilização da habilitação de plantas frigoríficas de aves e carne suína para o gigante asiático, principal parceiro comercial do Brasil desde 2009.

Na Rússia, a associação propôs o aprimoramento dos sistemas de exportações existentes com o objetivo de dar maior autonomia às autoridades brasileiras quanto à indicação de plantas industriais que atendam os requisitos técnicos de Moscou.

Já com a Índia, o trabalho a ser feito é a redução tarifária, porque ainda não há grande abertura do mercado de alimentos brasileiros no país.

O fortalecimento do grupo como potência global, disse Turra, “melhora” as expectativas de aquecimento do mercado interno e das exportações de alimentos brasileiras.

As vendas externas podem crescer no segundo semestre, já com os índices registrados de janeiro a junho deste ano. Neste período, a carne de frango brasileira teve um crescimento de 0,43%, passando de 6,06 mil toneladas em 2013 para 6,09 no primeiro semestre de 2014, número avaliado por Turra como “pequeno”. Mas, para ele, o crescimento representa um cenário positivo com perspectivas de estabilidade.

“O volume atingido foi um pouco inferior ao que projetávamos, mas considerando alguns problemas que tivemos na passagem de ano como o fechamento do Porto de Itajaí (Santa Catarina) por sete dias, deixamos de exportar 30 mil toneladas”, avaliou.

Para ele, o tímido crescimento da avicultura neste primeiro semestre reserva boas surpresas de estabilização a partir de julho e agosto, quando as exportações podem avançar independentemente do nível de consumo interno, que obteve oscilações positivas devido ao trânsito de pessoas durante a Copa do Mundo.

Segundo a análise do levantamento feito pela ABPA, a expectativa anual das exportações para 2014 passa da variação de 2% e 2,5% para a de 3% a 4% por causa do aumento de volume da avicultura registrado nos primeiros seis meses e do ressurgimento da Venezuela como mercado comprador de frango, além da abertura de negociaões com a China.

“Venezuela e China surgem como grandes mercados vetores para impulsionar a mudança na previsão anual do volume de exportações de aves, causada pelo reflexo de 0,6% de crescimento nas exportações de aves em relação a 2013”, explicou o vice-presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Outro mercado que pode surpreender a favor do Brasil é a Tailândia, que não representa um mercado de grandes volume de frango, mas é um “concorrente” que tem disponibilidade de atacar mercados como Japão e outros países asiáticos.

Para Turra, há dois fatores para o “equilíbrio das exportações e do mercado interno da avicultura”: o desaquecimento da economia mundial e o incremento na produção local de carnes podem fazer com que se “tire proveito da avicultura em 2014”.

Segundo os diretores, o objetivo principal para o segundo semestre é manter o equilíbrio do consumo interno e das exportações. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.