Cerca de 4 mil manifestantes pedem legalização da maconha em Brasília
Brasília, 23 mai (EFE).- Aproximadamente 4 mil pessoas participaram nesta sexta-feira de uma manifestação em Brasília para pedir a legalização da maconha no Brasil, informou a Polícia Militar.
Os manifestantes da “Marcha da Maconha” caminharam pela Esplanada dos Ministérios desde o Museu Nacional até os jardins em frente ao Congresso Nacional, onde se posicionaram para formar o desenho de uma folha da erva.
Os manifestantes, que carregaram uma espécie de cigarro de maconha gigante, terminaram o protesto com uma sala de aula pública ao ar livre na qual o neurologista Renato Malcher desmentiu os supostos efeitos negativos do consumo da erva.
“A gente quer colocar em pauta a legalização da maconha. A gente acredita que a legalização é um passo chave para o Brasil avançar na solução de uma série de outros problemas, como a repressão a comunidades pobres, a criminalização de movimentos sociais, entre outros”, afirmou Marcelo Pedroso, um dos organizadores da manifestação.
A passeata reuniu integrantes de vários movimentos que defendem a legalização da maconha na capital, como Apologia, 4h20, SmokeBuddies e CannaCerrado.
Os manifestantes citaram o Uruguai como país exemplar por se tornar o primeiro do mundo a regulamentar a produção e a comercialização de maconha.
Apesar dos principais atos acontecerem em frente à sede do Congresso Nacional, nenhum representante do órgão recebeu os manifestantes.
No Congresso brasileiro, no entanto, são debatidos atualmente três projetos de lei destinados a legalizar a maconha, entre os quais uma iniciativa popular apoiada por 20 mil assinaturas que pede que a maconha tenha regulamentação similar à do tabaco e à do álcool.
Outra iniciativa, do deputado Jean Wyllys (PSOL), prevê a descriminalização do consumo, da produção e do comércio da maconha.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) admitiu em comunicado que estuda a libertação parcial dos remédios que usam canabidiol como princípio ativo.
A marcha da Maconha é realizada anualmente em diferentes cidades brasileiras desde 2002, mas em suas primeiras edições, os manifestantes tiveram que comparecer aos tribunais para poder se expressar, já que a polícia considerava sua mensagem como apologia ao crime. EFE
cm/tr
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