Comissão diz governos nacionais devem fazer mais para salvar imigrantes

  • Por Agencia EFE
  • 13/05/2014 10h12

Bruxelas, 13 mai (EFE).- A Comissão Europeia (CE) considerou nesta terça-feira que fez tudo o que estava a seu alcance para ajudar países como a Itália, que sofrem a pressão migratória em suas fronteiras, e insistiu que são os Estados-membros que têm que tomar medidas para evitar a morte de imigrantes.

“A Comissão Europeia usou todas as ferramentas disponíveis para apoiar a Itália”, assegurou na entrevista coletiva diária da CE o porta-voz comunitário de Interior, Michele Cercone, que reconheceu que Bruxelas sente “certa frustração” porque “tudo o que se podia fazer não foi feito”.

Cercone esclareceu que se referia às medidas como comparecer aos campos de refugiados de fora da UE para buscar pessoas que possam ser amparadas pelos Estados-membros, uma medida que assegurou que se aplica muito pouco, e que em 2013 só beneficiou cerca de cinco mil pessoas em 11 países comunitários.

“Há outros 18 (países) que podem fazer muito mais”, sustentou a porta-voz.

“Se cada país da UE acolhesse alguns milhares de refugiados poderíamos mudar e marcar uma diferença para dezenas de milhares de pessoas e reduzir também a pressão sobre os países do Mediterrâneo”, acrescentou.

Cercone também desmentiu que sejam os países do sul da UE em exclusivo os que mais pressão migratória sofrem e assegurou que 50% das demandas de asilo em 2013 foram apresentadas na Alemanha, França e Suécia, e que países como a Itália figuram só em quinto lugar, atrás do Reino Unido.

O porta-voz assegurou, além disso, que a CE está disposta a fazer mais se for necessário, mas lembrou que são as autoridades nacionais que devem tomar a iniciativa.

Estas declarações ocorrem depois que o ministro italiano de Interior, Angelino Alfano, disse que a Europa não ajuda e recalcou que é o clube comunitário que “deve ser responsável por acolher os sobreviventes”.

Alfano falou nestes termos após a tragédia de segunda-feira em frente a costa da ilha italiana de Lampedusa, onde naufragou uma barcaça com 400 imigrantes a bordo procedente da Líbia, deixando 17 mortos e vários desaparecidos. EFE

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