Crianças nepalesas retornam ao colégio cinco semanas depois do terremoto

  • Por Agencia EFE
  • 31/05/2015 11h22

Katmandu, 31 mai (EFE).- As crianças do vale de Katmandu voltaram neste domingo aos colégios cinco semanas depois do terremoto que atingiu o Nepal, com uma baixa assistência e aulas em centros temporários ou em tendas de campanha.

“O número de estudantes foi baixo, mas todos os professores retornaram a seus trabalhos, o que é um bom sinal”, disse à Agência Efe o porta-voz do ministério da Educação Hari Prasad Lamsal, que indicou que só continuam fechados os colégios nas áreas onde o acesso é difícil pelo mal estado das estradas.

Lamal explicou que 8 mil escolas e 30 mil salas de aula foram destruídas pelo terremoto de 7,8 graus de 25 de abril e a réplica de 7,3 de 12 de maio, que causaram a morte de oito mil pessoas e deixaram mais de 16 mil feridos.

O porta-voz disse desconhecer tanto o número de colégios que foram reabertos, assim como o número de crianças que voltaram às salas de aula.

O presidente da Associação de Escolas Privadas do Nepal, Lachhe Bahadur, disse à Agência Efe que só retornaram aos colégios entre o 30% e 40% dos alunos.

“Os estudantes foram a seus povoados e estão voltando lentamente. Alguns dos pais preferem que seus filhos fiquem em casa por medo”, disse Bahadur.

Apesar da baixa assistência, pelas ruas de Katmandu foram vistas centenas de crianças acompanhadas de seus pais a caminho do colégio, onde este primeiro dia de escola foi centrado em atividades como meditação, ioga, rezas, cantos e pinturas, em aulas que duraram a metade do habitual.

“Estamos criando o ambiente para o começo normal das aulas. Na semana que vem será retomado o ritmo normal”, disse à Agência Efe o diretor do Colégio Durbar, Hem Chandra Mahato.

O diretor afirmou que devido ao estado do edifício, as aulas são realizadas sob tendas de campanha e que todos os alunos foram alocados em três grupos.

Nesta escola retornaram às aulas 50 dos 225 estudantes com os quais conta.

Em alguns centros, os pais preferiram ficar para acompanhar seus filhos.

“Vi que o edifício é seguro, mas não fui capaz de deixar meu filho sozinho e fiquei para ver suas atividades”, disse Jyoti Maskey no colégio Academia Nobel.

Os pequenos, enquanto isso, pareciam contentes de voltar ao colégio.

“Os primeiros dias eram como férias e estava bem. Mas depois ficava entediado em casa e não podia brincar”, disse à Agência Efe Kritim Maharjan, de nove anos e estudante da VS Angels World, uma opinião que repetiram vários alunos.

Mas a Unicef alertou que 985 mil crianças não puderam retornar hoje às aulas e que enfrentam um elevado risco de abandonar a educação.

“Estamos comprometidos em acompanhar estabelecendo espaços de aprendizagem temporários tão rápido como nos seja possível para que nenhuma criança fique fora da escola. Ao mesmo tempo, encorajamos às famílias a enviar seus filhos às escolas que foram designadas como seguras”, disse em comunicado Tomoo Hozumi, representante do Unicef Nepal. EFE

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