Confiança da construção sobe em julho e registra o melhor desempenho em 7 anos
Índice medido pela FGV vai a 95,7 pontos, o terceiro mês seguido de resultado positivo; inflação do setor desacelera para 1,24%
O Índice de Confiança da Construção foi a 95,7 pontos em julho, o maior nível desde março de 2014, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 27. A alta de 3,3 pontos representa o terceiro mês seguido de avanço. Na média trimestral, o índice cresceu 3,6 pontos, o segundo desempenho positivo consecutivo. O levantamento mostrou a evolução da atividade e uma percepção mais favorável ao aumento da demanda da construção nos próximos meses. Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da Construção da FGV/Ibre, a preocupação com a alta dos custos do setor, um dos grandes entraves que derrubaram a confiança no segundo semestre do ano passado, foi atenuado em 2021. Mesmo assim, o custo de matéria-prima foi apontado pelo segundo mês seguido como o principal fator de limitação aos negócios. “Ocorre que o percentual de assinalações que apontam o aumento dos preços praticados pelas empresas também alcançou um recorde histórico, sugerindo que, apesar dos desarranjos que os aumentos dos custos têm causado, as empresas esperam que esses aumentos sejam absorvidos em grande parte pela demanda final”, afirma.
O resultado positivo de julho decorre da melhora das expectativas dos empresários para os próximos meses. O Índice de Situação Atual se manteve estável, ao retrair 0,1 ponto, para 89,4 pontos. Segundo a pesquisa, esse resultado foi devido à piora do indicador de situação atual dos negócios, que caiu 4,3 pontos, para 88,3 pontos. Já o Índice de Expectativas avançou 6,8 pontos, para 102,2 pontos, maior nível desde janeiro de 2020. Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios subiram 6,4 e 7,2 pontos, para 102,3 pontos e 102,0 pontos, respectivamente. O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da construção caiu 3,7 pontos percentuais, para 73,7%. O NUCI de mão de obra e o NUCI de máquinas e equipamentos tiveram variações idênticas ao cair 3,7 p.p, para 75,2% e 66,6%. O levantamento da FGV mostrou que 26,7% das empresas da construção afirmaram que aumentaram as atividades, o melhor resultado desde outubro de 2012. Por outro lado, 19,5% acusaram queda. Segundo a pesquisa, o resultado mostra que o movimento de alta não está disseminado em toda a indústria. “De todo modo, a percepção positiva das empresas de preparação de terrenos, um segmento antecedente do ciclo de obras, volta a reforçar o maior otimismo com a retomada”, diz a pesquisadora.
Outro levantamento da FGV mostrou que a inflação da construção desacelerou em julho ao registrar alta de 1,24%, ante avanço de 2,30% no mês anterior. O resultado faz o índice acumular alta de 10,75% no ano e de 17,35% nos últimos 12 meses. Em julho de 2020, o índice variou 0,84% no mês e acumulava alta de 3,95% em 12 meses. A variação dos preços de materiais, equipamentos e serviços passou de 1,65%, em junho, para 1,37%, em julho. Já o preço da mão de obra desacelerou de 2,98% para 1,12%. Das sete capitais pesquisadas pela FGV, Recife e Porto Alegre foram as únicas que apresentaram avanço no índice, enquanto Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo registraram queda. réscimo em suas taxas de variação.
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