Dólar sobe com indicação de juros mais altos nos EUA e troca na Petrobras; Bolsa cai

Moeda norte-americana vai a R$ 4,76 no terceiro dia seguido de valorização ante o real com cautela no cenário global

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2022 11h34
Vladimir Solomyani/Unsplash Cédulas de dólar amontoadas Dólar mantém trajetória de alta pelo terceiro dia seguido

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro voltaram ao campo negativo nesta quinta-feira, 7, em repercussão ao clima externo cauteloso após a indicação de aperto na política monetária dos Estados Unidos. Na cena doméstica, investidores analisam a nomeação de José Mauro Ferreira Coelho para substituir Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. Por volta das 11h20, o dólar avançava 1%, a R$ 4,761. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 4,762, enquanto a mínima não passou de R$ 4,691. É o terceiro dia seguido que a moeda norte-americana apresenta valorização ante o real. O dólar encerrou a véspera a R$ 4,714 ao subir 2%, o maior salto diário desde o fim de fevereiro. Impactado pelo clima misto nos mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, registrava leve queda de 0,1%, aos 118.075 pontos. O pregão desta quarta-feira, 6, fechou com recuo de 0,55%, aos 118.227 pontos.

O Federal Reserve (Fed) indicou que vai subir a taxa de juros em 0,5 ponto percentual no encontro agendado para maio, segundo a ata do Federal Open Market Committee (FOMC), que encerrou no mês passado com a alta de 0,25 ponto percentual. O colegiado também sinalizou que deve retirar US$ 95 bilhões por mês da economia com a redução de títulos. O movimento ocorre em meio ao avanço da inflação dos EUA aos patamares mais elevados em quatro décadas e com novas pressões com as sanções à Rússia. O endurecimento da política monetária e os seus efeitos na desaceleração das atividades fazem com que analistas comecem a prever recessão na maior economia do globo. O Deutsche Bank foi a primeira grande instituição a alertar para a retração econômica entre o fim de 2023 e início de 2024.

No noticiário doméstico, o governo federal oficializou na noite desta quarta-feira o nome de José Mauro Ferreira Coelho para presidir a Petrobras. Ele deverá assumir o lugar de Joaquim Silva e Luna. A escolha de um perfil técnico repercutiu positivamente no mercado e valoriza as ações da estatal. Os papéis preferenciais (PETR4) registravam alta de 2,8%, enquanto as ações ordinárias (PETR3) subiam 2,7%. O governo federal também indicou Márcio Andrade Weber para a presidência do conselho de administração da estatal. Os nomes ainda precisam ser aprovados pela Assembleia-Geral de acionistas, que será realizada na próxima quarta-feira, 13. Coelho foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia durante um ano e meio. Ele pediu demissão do cargo em outubro de 2021. Antes, trabalhou na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal do governo responsável pelo planejamento do setor elétrico. O indicado também atua como presidente do conselho de administração da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA) desde maio de 2020.

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