Erdogan telefona para Putin para falar sobre assassinato do embaixador russo
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ligou para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para dar detalhes sobre o ataque que matou nesta segunda-feira o embaixador russo no país, Andrey Karlov.
“Erdogan telefonou para o presidente russo e deu informações sobre o ataque”, disse o porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, em entrevista à agência de notícias “Anadolu”.
Karlov foi morto em uma galeria de arte de Ancara, capital da Turquia, após ter sido baleado por um policial turco, de 22 anos, de acordo com o prefeito da cidade, Melih Gokce.
Os dois presidentes conversaram em várias oportunidades nos últimos dias para entrar em acordo sobre um cessar-fogo em Aleppo, no norte da Síria, que permitisse a retirada de civis da região leste da cidade, cercadas pelas forças de Bashar al Assad.
Antes da morte do embaixador russo, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavocoglu, viajou em direção a Moscou, onde se reunirá amanhã com os chanceleres da Rússia, Sergey Lavrov, e do Irã, Mohammed Javad Zarif, para analisar a trégua em Aleppo.
Fontes diplomáticas turcas disseram ao jornal “Hürriyet” que Çavucoglu e Lavrov concederão uma entrevista coletiva conjunta amanhã em Moscou.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia afirmou que esse “desagregável ato terrorista” não deve “obscurecer” a amizade entre os dois países.
As relações entre Turquia e Rússia estavam em pleno processo de normalização depois de terem se deteriorado em novembro de 2015, quando um caça turco derrubou um avião de guerra russo perto da fronteira com a Síria.
Como resposta, Putin impôs sanções econômicas à Turquia. O pedido de desculpas de Erdogan e a solidariedade mostrada pela Rússia ao governo turco depois da tentativa de golpe de Estado em julho abriram as portas para uma reaproximação entre os países.
O autor do atentado, que foi morto por agentes turcos, nasceu em 1994 na cidade de Soke, na província de Aydin, no oeste do país. Ele foi identificado como Mevlüt Mert Altintas e se graduou na Escola de Polícia de Esmirna, em 2014, segundo o jornal “Yeni Safak”.
“Não se esqueçam de Aleppo, não se esqueçam da Síria. A menos que estejamos todos seguros, vocês também não terão segurança. Voltem, voltem! Todos aqueles que compartilhem desta opressão e tortura pagarão por isso”, disse o atirador após disparar várias vezes contra o diplomata russo.
Karlov tinha 62 anos e estava na Turquia desde 2013. Antes, o experiente diplomata, que tinha mais de 35 anos de carreira, tinha sido responsável pela legação russa na Coreia do Norte.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.