Estados-chave decidirão se democratas vão manter controle do Senado

  • Por Agencia EFE
  • 31/10/2014 20h20

Elvira Palomo.

Washington, 31 out (EFE).- Os americanos irão às urnas na próxima terça-feira para votar em eleições legislativas nas quais os republicanos esperam tirar dos democratas a maioria no Senado, contando com um bom percentual em estados considerados chave, como Alasca, Arkansas, Carolina do Norte, Colorado, Iowa, Kansas e Louisiana.

Apesar de este pleito não costumar provocar tanto interesse como o presidencial, tem um atrativo a mais. Se os republicanos conquistarem as seis cadeiras que precisam para conquistar a maioria no Senado, terão o controle das duas câmaras do Congresso enquanto o presidente é democrata.

Os republicanos continuam ganhando terreno nas últimas pesquisas, e a desaprovação da gestão de Barack Obama chegou a 53%. Além disso, 63% dos americanos estão insatisfeitos com a direção que o país tomou, segundo uma pesquisa da ORC International em conjunto com a rede de TV “CNN”.

“O processo legislativo se transformou em um processo de campanha política”, explica Thomas Mann do centro de análise política Brookings Institution.

O analista apontou que os americanos costumam votar nas eleições legislativas, que coincidem com a metade do mandato presidencial, “como se fosse uma espécie de referendo”, e neste momento a população “acha que o país não está indo pelo caminho correto”.

Apesar de ter havido diminuição nos níveis de desemprego, com meses seguidos de criação de postos de trabalho, com um crescimento do PIB e uma redução significativa do déficit, “tudo isso não afetou a habilidade das famílias de lidar com a incerteza”, explicou o analista, que apontou também para uma “polarização partidária” baseada em diferenças ideológicas “muito mais claras” que em outras disputas.

As campanhas ao Senado estão apertadas demais em pelo menos 11 estados para prever um ganhador: Kentucky, New Hampshire, Carolina do Norte, Geórgia, Iowa, Kansas, Colorado, Alasca, Louisiana, Arkansas e Dakota do Sul.

Os democratas estão centrando a campanha principalmente nos estados de Carolina do Norte, Iowa, Colorado, Louisiana e Arkansas, onde vitórias republicanas facilitariam um Senado de maioria conservadora.

Já os republicanos estão bem posicionados para ganhar em alguns estados tradicionalmente democratas.

Montana, Dakota do Sul e Virgínia Ocidental serão republicanos, aponta Mann, pois seus atuais senadores democratas estão encerrando o mandato e não têm sucessores fortes. Além disso, o Partido Republicano é favorito em Louisiana, Arkansas e Alasca, têm boas possibilidades em Iowa e Colorado, mas um desempenho mais fraco na Carolina do Norte e em New Hampshire.

Nas eleições de 4 de novembro, os americanos elegerão os 435 deputados da Câmara dos Representantes e um terço das 100 cadeiras do Senado. De acordo com os analistas, a Câmara continuará a ter maioria republicana, e o Senado ainda parece incerto.

A última pesquisa NBC/Marist mostrou que os republicanos têm uma pequena vantagem em três dos estados democratas mais duros de brigar: Arkansas, Colorado e Iowa, e a Carolina do Norte está empatada.

Kansas ainda está em disputa, com o candidato independente Greg Orman virtualmente empatado com o republicano Pat Roberts, acusado de perder o contato com seus eleitores e passar demais tempo em Washington desde que chegou ao Congresso em 1981, como deputado, e desde 1997, como senador.

Também joga contra ele o mandato conservador demais do governador republicano Sam Brownback, o que levou os partidários mais pragmáticos a buscar outras opções.

No entanto, nem tudo está perdido para os democratas. No Alasca, um estado tradicionalmente “vermelho”, o senador democrata Mark Begich fez uma campanha considerada boa e está bem posicionado nas pesquisas.

Também há outro cenário possível, de empates na Louisiana e na Geórgia, o que levaria a disputa para o segundo turno, em dezembro, adiando a composição do Senado, o que “ainda mantém razões para certa incerteza” apontou Mann.

Na Louisiana, a senadora democrata Mary Landrieu luta para manter seu posto em um estado tradicionalmente conservador, e está um ponto na frente do candidato republicano, David Perdue. Na Geórgia, Michelle Nunn, filha do ex-senador Sam Nunn, está empatada com o republicano David Perdue. EFE

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