EUA pedem à Rússia que dê marcha à ré na Crimeia e solicitam uma mediação

  • Por Agencia EFE
  • 28/02/2014 20h24

Nações Unidas, 28 fev (EFE).- A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, solicitou nesta sexta-feira o envio urgente de uma missão internacional de mediação para tentar acalmar a crise na península ucraniana da Crimeia e pediu que a Rússia dê marcha à ré no aumento de sua presença na região.

Power assegurou que o objetivo da mediação deve ser “diminuir a tensão e facilitar um diálogo político pacífico e produtivo entre todas as partes”.

A missão, destacou, deve ser “independente e crível” e “estar a serviço da integridade territorial da Ucrânia”.

Por sua parte, a Rússia considerou que a ideia necessita ainda de mais análise e deveria contar com o beneplácito das autoridades da Crimeia antes de materializar-se.

“Em geral, estamos contra as mediações impostas. Se elas (as autoridades da Crimeia) se sentem à vontade com isto, não teremos nada contra”, explicou o embaixador russo, Vitaly Churkin, em declarações aos jornalistas.

Os membros do Conselho de Segurança da ONU analisaram hoje em reunião urgente a situação na Ucrânia e, especialmente, os movimentos militares russos denunciados por Kiev e a tensão na Crimeia.

Power assegurou que seu governo está “muito preocupado” com essas informações e condenou “qualquer movimento” que busque “minar a integridade territorial” do país.

A embaixadora pediu para a Rússia “dar marcha à ré” e expressou seu apoio à “integridade territorial, unidade e soberania da Ucrânia”.

Na mesma linha, seu colega britânico, Mark Lyal Grant, assinalou que “todas as novas tropas” enviadas pela Rússia “devem ser retiradas” e pediu a todas as partes que façam o possível para recuperar a estabilidade na Ucrânia.

Além disso, anunciou que o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, viajará ao país este domingo.

Já o embaixador russo assegurou que todos os movimentos militares realizados por seu país se emolduram no acordo que mantêm Moscou e Kiev para regular a presença da frota do Mar Negro em Sebastopol.

O governo ucraniano, no entanto, denunciou o “cruzamento ilegal de fronteiras” por parte de distintas unidades militares russas, entre elas vários aviões e 11 helicópteros de combate, e outros movimentos do exército russo.

O embaixador ucraniano na ONU, Yuriy Sergeyev, também explicou hoje ao Conselho de Segurança que os aeroportos de Simferopol e Sebastopol foram bloqueados por forças russas e assegurou que o desenvolvimento dos eventos é similar ao ocorrido nas regiões georgianas da Abecásia e Ossétia do Sul, reconhecidas como independentes por Moscou. EFE

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