Farc decidem manter cessar-fogo indefinido após reunião com Frente Ampla
Havana, 10 fev (EFE).- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram nesta terça-feira que manterão o cessar-fogo unilateral e indefinido declarado em dezembro do ano passado, após uma solicitação de representantes da Frente Ampla pela Paz, encarregados de verificar o cumprimento da trégua e que se reuniram ontem em Havana com negociadores da guerrilha.
“Atendendo essa solicitação e ratificando nossa irrevogável vontade de conseguir por meio do diálogo a saída civilizada do conflito social, político, econômico e armado em nosso país, tomamos a decisão de manter a cessação ao fogo unilateral e indefinida, verificável”, afirmou um comunicado das Farc, lido hoje perante jornalistas pela guerrilheira holandesa Tanja Nijmeijer.
“Alexandra Nariño” (codinome de Nijmeijer) divulgou a decisão minutos antes do início da reunião na qual analistas da Comissão Histórica do Conflito Armado e suas Vítimas apresentarão hoje aos negociadores do processo de paz colombiano seus relatórios finais sobre as causas e origens da violência na Colômbia.
Em seu texto, as Farc também convocam o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, “a não persistir em seu perigoso jogo de hostilidades” que “ameaça frustrar” a trégua guerrilheira e lhe pedem para “não adiar mais a decisão de concordar com o cessar-fogo bilateral”.
Segundo os insurgentes, a decisão de manter sua trégua unilateral e indefinida, em vigor desde 20 de dezembro, foi tomada após a reunião desta segunda-feira com representantes da Frente Ampla pela Paz que viajaram para Cuba liderados pela ex-senadora Piedad Córdoba.
As Farc ressaltaram ainda que, na reunião conjunta, a Frente Ampla elogiou “o gesto humanitário” do cessar-fogo insurgente e recebeu “com preocupação” a informação das “contínuas operações militares das tropas oficiais”.
Por sua vez, Córdoba havia declarado ontem que o objetivo da visita a Cuba foi precisamente revisar o estado dos diálogos de paz que as Farc mantêm com o governo colombiano desde 2012 em Havana e avaliar o impacto da trégua insurgente. EFE
arj/rsd
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