Fórum Econômico Mundial enfatiza vontade latino-americana de transformação

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 03h47

Playa del Carmen (México), 7 mai (EFE).- Os líderes e empresários participantes do 10º Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina, que começou nesta quinta-feira no México, evidenciaram em seus primeiros discursos a vontade da região para somar esforços e transformar-se nos planos econômico e social.

“Na América Latina há um ânimo de transformação e modernização para impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento de nossas sociedades”, declarou o presidente do México, Enrique Peña Nieto, na sessão inaugural “Avançar mediante uma agenda de renovação”, que dá nome a esta cúpula que acontece entre hoje e amanhã em um hotel de Riviera Maya, no estado de Quintana Roo.

O líder mexicano se referiu às reformas estruturais impulsionadas em seus primeiros dois anos de gestão, que definiu como “os alicerces para construir um país melhor”, embora seus resultados “não se deem da noite para o dia”.

Peña Nieto fez estas declarações ao lado dos líderes do Panamá, Juan Carlos Varela, e do Haiti, Michel Martelly, junto com o presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, como moderador.

O mexicano destacou a ausência do presidente colombiano Juan Manuel Santos, que adiou para esta noite sua chegada ao México para realizar amanhã uma visita de Estado; de seu colega de Honduras, Juan Orlando Hernández, e da primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, que tinham confirmado presença.

Na conversa, Varela assegurou que a integração da América Latina segue “em bom compasso” e aposta em transcender suas diferenças ideológicas, para o que considerou “fundamental” compartilhar boas práticas em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

Peña Nieto e Varela ressaltaram o papel de mecanismos de integração como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a Aliança do Pacífico, esta última formada por Colômbia, Chile, Peru e México.

“Compartilhamos valores como democracia, abertura econômica e livre-comércio; isso nos aproxima”, assinalou o líder mexicano.

A Aliança está dando “um nível de estabilidade e mobilidade econômica na região”, assegurou por sua vez o presidente do Panamá, país que espera integrar-se a essa união, da qual é atualmente observador.

Além disso, ressaltou a consolidação da democracia participativa com separação de poderes, respeito às leis e instituições fortes, e expressou seu desejo que a política seja vista como “um serviço” ao invés de “um negócio”.

A esse respeito, Martelly afirmou que seu legado será deixar “um Estado a serviço da população” tanto na reconstrução de seu país, castigado por um terremoto em 2010, como na implementação da educação gratuita.

O encontro reúne dirigentes políticos e empresários de 45 países para debater o futuro da região em um contexto de fraqueza econômica.

Um dos destaques foi a presença de importantes executivos do setor energético na conferência inaugural. Segundo os especialistas, será necessária uma revolução energética baseada na regulação de mercado e na potencialização das fontes renováveis para fazer crescer a América Latina.

Também foram tratados temas como a igualdade entre homem e mulher no ambiente de trabalho, uma realidade que “não é universal” apesar de exemplos como o da diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, como lembrou o economista Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel de Economia 2001.

Até o momento, esta reunião, que congrega até 750 participantes, mostrou sua vertente mais propositiva em uma avalanche de intenções e reflexões para transformar a América Latina em uma região unida em todos os níveis. EFE

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