Governo argentino defende acordo com Irã após 20 anos de ataque contra Amia

  • Por Agencia EFE
  • 18/07/2014 12h22
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Buenos Aires, 18 jul (EFE).- O governo da Argentina voltou a defender nesta sexta-feira o memorando assinado com o Irã para tentar esclarecer o atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), cometido há exatos 20 anos.

Até hoje ninguém foi condenado pelo crime, que deixou 85 pessoas mortas.

O chefe de gabinete do governo da Argentina, Jorge Capitanich, disse em entrevista coletiva que o atentado é “um fato que permanecerá indelével na memória de todos os argentinos” e “deverá ser esclarecido por meio de múltiplas ferramentas jurídicas de caráter internacional”.

Capitanich argumentou que o memorando com o Irã assinado em 2013 “constitui uma ferramenta” para o “esclarecimento” do ataque com carro-bomba, para “resolver uma questão não resolvida durante 20 anos”.

“Definitivamente, é um papel que cabe e compete ao Poder Judiciário”, disse o chefe de gabinete. O acordo com o Irã foi rubricado em janeiro de 2013 e ratificado um mês depois pelo parlamento argentino.

Em maio, a pedido da Amia e da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia, braço político da comunidade judaica local), um tribunal declarou a inconstitucionalidade do acordo, mas o governo apelou da decisão.

O Irã não comunicou oficialmente à Argentina se ratificou o memorando. O documento contempla a criação de uma comissão de analistas para revisar o processo do atentado contra a Amia.

Além disso, prevê o deslocamento do juiz argentino responsável pelo caso para o Irã para interrogar suspeitos.

O governo de Cristina Kirchner defende o acordo como via para conseguir algum avanço na investigação, praticamente estagnada desde 2006, quando a Justiça argentina ordenou a captura internacional de vários acusados, que o Irã se negou a extraditar.

Em 1992, dois anos antes do atentado contra a Amia, uma bomba explodiu em frente à embaixada de Israel em Buenos Aires, deixando 29 pessoas mortas e centenas de feridos.

A comunidade judaica e a Justiça da Argentina atribuem ao Irã e ao Hezbollah o planejamento e execução de ambos os atentados. EFE

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