Indonésia executa brasileiro Rodrigo Gularte e outros 7 réus por narcotráfico

  • Por Jovem Pan com EFE e ABr
  • 28/04/2015 15h12

Rodrigo Gularte deve ser executado hoje por tráfico de drogas

Reprodução Rodrigo Gularte

Oito presos acusados de narcotráfico, entre elas o brasileiro Rodrigo Gularte, foram executados na madrugada desta terça-feira (14h25 desta segunda-feira, 28, em Brasília) por um pelotão de fuzilamento na Indonésia, após não terem sido aceitos todos os pedidos de clemência em seu favor. Gularte foi morto por tentar entrar na nação asiática com 6 kg de cocaína escondidos em uma prancha de surfe em julho de 2004. Ele foi condenado no ano seguinte.

As execuções aconteceram na ilha de Nusakambangas poucas horas após eles se despedirem de familiares e após o término do prazo de 72 horas desde que a Procuradoria do país determinou, no último sábado, que as sentenças de morte fossem aplicadas, informou o jornal “The Jakarta Post”.

Mais cedo, o representante máximo do Brasil no país, Leonardo Carvalho Monteiro, contou à Jovem Pan como foi o dia de Gularte, em que ele miusturava “delírio e lucidez”. Veja aqui.

À Agência Brasil, o encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil em Jacarta disse que, antes do fuzilamento, Gularte recebeu a visita de um padre que também era seu guia espiritual. De acordo com Monteiro, após o cumprimento da sentença, os corpos começaram a ser preparados e em cerca de duas horas serão levados para Jacarta.

Ele é o segundo brasileiro executado na Indonésia. Em janeiro, Marco Archer também foi fuzilado por tráfico internacional de drogas. O fuzilamento de Archer gerou uma crise diplomática entre Brasil e Indonésia. O embaixador brasileiro no país, convocado pela presidenta Dilma à época, num gesto de desagravo do governo brasileiro, ainda não reornou à Indonésia.

Outros executados

Além de Gularte, sete estrangeiros (da Austrália, Filipinas, Nigéria e de Gana) e um indonésio estavam na lista de executados de hoje. Todos foram fuzilados, exceto a filipina Mary Jane Veloso, única mulher no grupo. A retirada dela da lista de execuções de hoje ocorreu após uma mulher que supostamente a recrutou para levar drogas à Indonésia ter se entregado às autoridades filipinas. Um décimo recluso, o francês Serge Atlaoui, não recebeu a notificação porque está pendente de um recurso de apelação.

Os outros mortos são: os australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran, o ganês Martin Anderson, o indonésio Zainal Abidin e os nigerianos Raheem Agbaje, Silvester Obiekwe Nwaolise e Okwudili Oyatanze.

Pedidos ignorados

A presidente Dilma Rousseff, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, entre outros governos e organizações internacionais, tinham pedido clemência para os condenados.

No entanto, o governo indonésio, do presidente Joko Widodo rejeitou os pedidos e pediu que sejam respeitadas suas leis. Além disso, defendeu o uso da pena capital como medida dissuasória na luta contra o tráfico de drogas.

O país asiático, que retomou as execuções em 2013, após cinco anos de moratória, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico de drogas, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.

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