Líder estudantil Joshua Wong abandona greve de fome por motivos de saúde
Hong Kong, 6 dez (EFE).- O líder mais destacado dos protestos pró-democracia de Hong Kong, Joshua Wong, pôs fim neste sábado à greve de fome iniciada no último dia 2 por motivos de saúde, mas cogita retomá-la assim que se recuperar para continuar a luta pelo direito ao voto universal na ex-colônia britânica.
“Depois que a equipe médica o advertiu de sua extrema fraqueza, ao ponto de desmaiar, ele encerrou o jejum”, apontou Derek Lam Shun-hin, do movimento Scholarism, em entrevista coletiva.
Wong anunciou dia 2 que iniciava uma greve de fome por tempo indeterminado depois de a tentativa fracassada dos manifestantes de paralisar os edifícios do governo terminar em violentos enfrentamentos com a polícia a madrugada da segunda-feira.
Vários estudantes se somaram à iniciativa, e três ainda mantêm a greve de fome, e “estão frágeis fisicamente”, disse Lam.
O chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, rejeitou uma oferta de diálogo com os estudantes, alegando que, embora esteja aberto a conversas, elas devem obedecer as regras do jogo de Pequim.
Wong foi um dos principais rostos do movimento de desobediência civil que começou em setembro e que levou centenas de milhares de pessoas às ruas pedindo eleições livres em 2017 em Hong Kong, depois de Pequim restringir os candidatos a uma lista aprovada por seu comitê.
Mais de dois meses depois, a “revolução dos guarda-chuvas” vive seu momento mais crítico, em meio a uma profunda divisão entre as facções que promoveram o movimento, as ordens judiciais, as cada vez mais fortes intervenções policiais e a crescente apatia da população.
A organização que chamou a mobilização em um primeiro momento, a Federação de Estudantes universitários, analisa se continuará a pressionar o governo com o bloqueio de vias públicas, e os líderes de outro dos três pilares da revolução, Occupy Central, começam a colocar opções afastadas das ruas.
Já o grupo mais jovem, Scholarism, de Wong, terá que tomar decisões depois de seu líder interromper a greve de fome. Os níveis de açúcar de Wong caíram ao limite e ele precisou receber glicose.
Lam afirmou hoje que o jovem voltou para casa para descansar e se recuperar, enquanto o grupo monitora a evolução dos três que mantêm a greve, Prince Wong, Gloria Cheng Yik-lam e Eddie Ng Man-hin, que estão há cerca de cem horas em jejum, bebendo somente água. EFE
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