Maduro diz revisará avanços de relações com os EUA após declarações de Kerry

  • Por Agencia EFE
  • 11/09/2015 23h40
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Caracas, 11 set (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira que revisará os avanços nas relações com os Estados Unidos após as declarações do secretário de Estado americano, John Kerry, sobre a condenação ao líder opositor Leopoldo López e exigiu “respeito” de Washington.

“Estou revisando toda a relação que vínhamos constituindo com os EUA. Nós, venezuelanos, não vamos nos calar, não”, disse Maduro em um ato governamental em Caracas.

Kerry expressou hoje a “profunda preocupação” do governo americano em relação à condenação de mais de 13 anos de prisão a López ditada na quinta-feira. A Casa Branca pediu a libertação do opositor e de “todos os presos políticos” no país.

Em resposta, o líder venezuelano declarou que já deu “instruções precisas” à chanceler, Delcy Rodríguez, para revisar os avanços nas relações entre os países.

“Quando dizemos relações em termos de igualdade, é igualdade. O governo dos EUA tem que aprender a respeitar a Venezuela e a entender relações em termos de igualdade, transparência”, acrescentou.

A chefe da diplomacia venezuelana criticou nesta manhã as declarações de Kerry sobre a condenação a López e assinalou que esta “intromissão” “pisoteou” os passos que foram feitos para regularizar as relações bilaterais.

“Os EUA, com sua intromissão insolente, pisotearam os tímidos passos dados para uma regularização das relações bilaterais”, argumentou na rede social Twitter.

Venezuela e EUA estão sem representação diplomática em nível de embaixadores desde 2010 e, desde então, as relações passaram por várias períodos de altos e baixos e fortes desencontros.

O último ponto de tensão ocorreu neste ano motivado por um decreto assinado em março pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no qual considerou a Venezuela uma “ameaça” para a segurança interna de seu país.

No entanto, desde abril são feitas reuniões nas quais Maduro se encontrou com o conselheiro do Departamento de Estado, Thomas Shannon, escolhido pelos EUA para esta tarefa.

A última troca entre governos ocorreu na terça-feira passada, quando Kerry e Rodríguez conversaram por telefone e abordaram o caso do opositor, entre outros temas. EFE

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