Malásia devolverá a alto-mar embarcações de imigrantes ilegais interceptados

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h07
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Bangcoc, 13 mai (EFE).- Um grupo de advogados repudiou nesta quarta-feira a decisão da Malásia de devolver a alto-mar as embarcações de imigrantes ilegais de Bangladesh e rohingyas interceptados nas águas territoriais do país, como fazem Indonésia, Tailândia e Austrália.

Os advogados declararam que a medida anunciada pelas autoridades malaias na noite de ontem é “ilegal” e “escandalosa”.

“Esses navios abarrotados de refugiados e emigrantes são dificilmente capacitados para navegar em mar aberto”, disse o diretor do grupo, Eric Paulsen, através de um comunicado.

“Devolvê-los ou expulsá-los é o mesmo que assinar sua sentença de morte porque seus ocupantes estão geralmente famintos, desidratados, doentes e necessitados de assistência urgente”, acrescentou Paulsen.

Os advogados argumentaram que, embora a Malásia não tenha assinado a convenção das Nações Unidas sobre os refugiados, há outros acordos de proteção da mulher e menores.

As autoridades da Malásia recuperaram entre a noite do domingo e segunda-feira 1.051 cidadãos e Bangladesh e e rohingyas, inclusive mulheres e crianças, cuja embarcação havia naufragado em Longkawi, um arquipélago malaio próximo ao sul da Tailândia.

A Indonésia salvou 582 pessoas em águas do norte da ilha de Sumatra e os obrigou a voltarem a águas internacionais em outra embarcação com cerca de 400 imigrantes ilegais que, segundo disseram, se dirigiam à Malásia.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), cerca de 25 mil pessoas zarparam em embarcações de Bangladesh e Mianmar no primeiro trimestre de 2015, o dobro do número registrado no mesmo período em 2014.

Além disso, a Organização Internacional de Migrações estima que há oito mil imigrantes ilegais em embarcações das máfias em águas do Sudeste Asiático.

Os rohingyas são umas da minorias mais perseguidas do mundo, segundo as Nações Unidas, e não têm a cidadania reconhecida por Bangladesh e nem Mianmar. EFE

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