“Marcha pela vida” reúne milhares de pessoas contra aborto no Peru

  • Por Agencia EFE
  • 21/03/2015 23h54

Lima, 21 mar (EFE).- A “Marcha pela vida” reuniu neste sábado milhares de pessoas em Lima e em outras cidades do Peru contra o aborto, uma prática ilegal no país, e somente permitida como medida terapêutica desde o início do século XX, lei que nunca foi regulamentada e por isso não é aplicada.

O Arcebispado de Lima convocou a marcha junto com um conjunto de grupos religiosos para, disse hoje o cardeal peruano Juan Luis Cipriani à Rádio Programas del Perú (RPP), “defender a vida desde a concepção até a morte natural, como uma grande plataforma de estabilidade”.

A manifestação faz parte das atividades do “Dia da criança por nascer”, adotado no Peru por lei desde 2002 em 25 de março, em “defesa do concebido como sujeito de direito”.

Sob o lema “Todos temos uma criança dentro”, os participantes usaram camisetas amarelas, vermelhas e azuis com frases como “Eu amo a vida”, e também exibiram cartazes com mensagens como “A família nos une”, “Defendendo a vida” e “Todos fomos fetos”.

A manifestação percorreu a Avenida Brasil até a esplanada do litoral Verde, dentro do distrito de Magdalena do Mar, onde havia um palco que recebeu apresentações musicais.

Na tela foi projetado um vídeo da freira italiana Cristina Scuccia, ganhadora do concurso musical “A Voz Itália”, que mandou a seguinte mensagem: “A vida é um dom. Amem, cuidam e a vivam”.

O papa Francisco também expressou seu apoio à marcha ao aparecer em uma foto com o cartaz da convocação durante a audiência que teve com Cipriani no Vaticano em fevereiro.

“(O papa) nos disse que se une em oração no compromisso de defender e promover o bem fundamental da vida humana”, manifestou Cipriani.

Entre os artistas e celebridades locais que participaram da marcha estão os atores Jesús Alzamora, Rossana Fernández-Maldonado, Aldolfo Chuiman, Juan Carlos Rei de Castro e Daniela Camaiora, além dos jornalistas Phillip Butters e Gachi Rivero, e vários jogadores do Universitario de Deportes..

Cipriani também defendeu sua oposição ao aborto inclusive nas gravidezes decorrentes de estupro, argumentando que o aborto é um assassinato em qualquer circunstância.

“A um problema de um estupro não podemos acrescentar assassinato. O mundo que hoje se atreve a tantas coisas tem que ser humilde. Há muito dinheiro para abortar, mas não tanto prata para fazer lugares de abrigo”, afirmou Cipriani.

As leis peruanas só contemplam a possibilidade do aborto terapêutico, aprovado em 1924, mas nunca aplicado por falta de regulamentação.

O cardeal peruano explicou que a “Marcha pela vida” também tem como objetivo defender a família, já que foi realizada apenas duas semanas depois de o Congresso se negar a debater uma proposta de lei para aprovar a união civil entre homossexuais.

“O que queremos ao defender a vida e promover a família é o casamento entre um homem e uma mulher. Isso é promover a realidade e uma lei natural. Esta realidade é o que dá o sabor de sermos humanos”, sentenciou Cipriani.EFE

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