Mexicanos rejeitam versão com morte de estudantes e convocam protesto

México, 8 nov (EFE).- Um grupo de organizações civis convocou uma manifestação na Cidade do México para protestar neste sábado pelo caminho tomado pelas investigações sobre o desaparecimento de 43 estudantes da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa, no estado de Guerrero, e pedir que os jovens apareçam com vida.

Com o lema “Ayotzinapa vive, o estado morreu”, uma manifestação foi convocada através das redes sociais para a noite deste sábado. A passeata começará na procuradoria mexicana, localizada na avenida Reforma 211, e irá até a Plaza de la Constituición.

Essa convocação é a resposta da sociedade à informação divulgada na sexta-feira pelo procurador-geral, Jesús Murillo, que considerou mortos os 43 estudantes desaparecidos no município de Iguala após prender os autores confessos do crime, que garantiram ter matado e queimado os sequestrados.

O procurador disse que os estudantes foram detidos por policiais e entregues ao cartel Guerreros Unidos, que os assassinou e queimou para não deixarem rastros, segundo o testemunho dos três presos que participaram do caso.

Na manifestação serão pedidos o aparecimento com vida dos jovens que desapareceram em 26 de setembro, a punição aos culpados e apoio às famílias dos estudantes e às escolas normais.

Os parentes dos 43 estudantes rejeitaram a versão da procuradoria mexicana e disseram que não aceitarão a morte de seus filhos até que haja provas contundentes.

Até o momento foram detidas 74 pessoas envolvidas no caso, que segundo Murillo ainda não está fechado. Ele informa que ainda há dez mandados de prisão a serem cumpridos.

O procurador-geral disse que, enquanto não forem identificados os restos mortais, os jovens continuarão sendo considerados desaparecidos. EFE