Trump diz que democratas pagarão “preço político” por não apoiarem reforma tributária

  • Por Jovem Pan com agências
  • 02/12/2017 15h32 - Atualizado em 02/12/2017 15h40
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EFE/EPA/SHAWN THEW Donald Trump fala à imprensa para comemorar aprovação da Reforma Tributária, em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou neste sábado (2) uma “volta da vitória” em Nova York após a aprovação da reforma tributária no Senado americano e afirmou, em um eventos para arrecadação de fundos, que os democratas irão pagar um “preço político” grande nas próximas eleições por não terem apoiado o projeto.

Em um primeiro evento de três em que participa em Nova York para arrecadar US$ 6 milhões, Trump destacou que o projeto foi aprovado sem o apoio de nenhum político do Partido Democrata.

O projeto foi aprovado com 51 votos a favor, todos de senadores republicanos, e 49 contrários, quase todos eles democratas. O senador Bob Corker foi o único republicano que se opôs à proposta.

“Compromisso” dos republicanos

Traump também mostrou neste sábado satisfação com a aprovação de sua proposta de reforma tributária durante a madrugada e agradeceu aos senadores republicanos por seu compromisso com o projeto.

“A maior Lei Fiscal e de Cortes de Taxas acaba de ser aprovada no Senado. Agora, esses grandes republicanos irão para passo final. Obrigado, republicanos da Câmara dos Representantes e do Senado, por seu duro trabalho e compromisso!”, escreveu Trump no Twitter.

Com a mensagem, Trump evidenciou a importância de os membros de seu partido terem aparado arestas em relação ao projeto e votado a favor da reforma que corria risco de não ser aprovada apesar da maioria republicana no Senado.

O apoio do partido fez com que Trump obtivesse sua primeira grande vitória legislativa, uma reviravolta em relação à derrota imposta pelos próprios correligionários na tentativa de revogar a lei de saúde conhecida como “Obamacare”.

Como a Câmara dos Representantes e o Senado aprovaram projetos diferentes de reforma tributária, congressistas e senadores precisarão negociar um texto conjunto que será votado outra vez em ambas as casas antes de ir para a sanção de Trump.

A reforma

A ambiciosa reforma tributária de Trump pode gerar um aumento de US$ 1,5 trilhão no déficit fiscal em uma década, o que ele considera como fundamental para revitalizar a atividade econômica e colocar o crescimento anual do país em um ritmo superior a 3%.

O eixo central da proposta do presidente é uma redução dos impostos cobrados das empresas de 35% para 20%. O Senado quer que a medida passe a valer em 2019, mas no texto aprovado na Câmara dos Representantes a aplicação dos cortes seria imediata.

Além disso, a reforma quer simplificar o pagamento de impostos de pessoas fiscais, reduzindo as faixas de cobrança de sete para apenas quatro: 12%, 25%, 35% e 39,6%.

Apesar de o projeto prever cortes para as famílias americanas, o Comitê Conjunto de Impostos do Congresso afirmou que apenas 44% das pessoas terão uma redução anual de mais de US$ 500.

O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, garante que a reforma fará as famílias economizarem em média US$ 1.182 por ano.

Os republicanos aprovaram junto com a reforma tributária uma emenda que elimina a obrigatoriedade de adquirir planos de saúde, uma tentativa de começar a reverter o “Obamacare”.

Os cortes de impostos promovidos por Trump são os maiores desde 1986, quando Ronald Reagan era o presidente dos EUA. Na época, a reforma foi aprovada na Câmara dos Representantes por unanimidade. No Senado, apenas três dos 100 senadores foram contrários.

Com a reforma tributária aprovada, os republicanos devem entrar mais confiantes nas eleições legislativas de 2018, que serão quase um plebiscito sobre o governo de Trump.

Com Estadão Conteúdo e Agência EFE

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