Trump diz que democratas pagarão “preço político” por não apoiarem reforma tributária
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou neste sábado (2) uma “volta da vitória” em Nova York após a aprovação da reforma tributária no Senado americano e afirmou, em um eventos para arrecadação de fundos, que os democratas irão pagar um “preço político” grande nas próximas eleições por não terem apoiado o projeto.
Em um primeiro evento de três em que participa em Nova York para arrecadar US$ 6 milhões, Trump destacou que o projeto foi aprovado sem o apoio de nenhum político do Partido Democrata.
O projeto foi aprovado com 51 votos a favor, todos de senadores republicanos, e 49 contrários, quase todos eles democratas. O senador Bob Corker foi o único republicano que se opôs à proposta.
“Compromisso” dos republicanos
Traump também mostrou neste sábado satisfação com a aprovação de sua proposta de reforma tributária durante a madrugada e agradeceu aos senadores republicanos por seu compromisso com o projeto.
“A maior Lei Fiscal e de Cortes de Taxas acaba de ser aprovada no Senado. Agora, esses grandes republicanos irão para passo final. Obrigado, republicanos da Câmara dos Representantes e do Senado, por seu duro trabalho e compromisso!”, escreveu Trump no Twitter.
Biggest Tax Bill and Tax Cuts in history just passed in the Senate. Now these great Republicans will be going for final passage. Thank you to House and Senate Republicans for your hard work and commitment!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 2, 2017
Com a mensagem, Trump evidenciou a importância de os membros de seu partido terem aparado arestas em relação ao projeto e votado a favor da reforma que corria risco de não ser aprovada apesar da maioria republicana no Senado.
O apoio do partido fez com que Trump obtivesse sua primeira grande vitória legislativa, uma reviravolta em relação à derrota imposta pelos próprios correligionários na tentativa de revogar a lei de saúde conhecida como “Obamacare”.
Como a Câmara dos Representantes e o Senado aprovaram projetos diferentes de reforma tributária, congressistas e senadores precisarão negociar um texto conjunto que será votado outra vez em ambas as casas antes de ir para a sanção de Trump.
We are one step closer to delivering MASSIVE tax cuts for working families across America. Special thanks to @SenateMajLdr Mitch McConnell and Chairman @SenOrrinHatch for shepherding our bill through the Senate. Look forward to signing a final bill before Christmas! pic.twitter.com/gmWTny3SfS
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 2, 2017
A reforma
A ambiciosa reforma tributária de Trump pode gerar um aumento de US$ 1,5 trilhão no déficit fiscal em uma década, o que ele considera como fundamental para revitalizar a atividade econômica e colocar o crescimento anual do país em um ritmo superior a 3%.
O eixo central da proposta do presidente é uma redução dos impostos cobrados das empresas de 35% para 20%. O Senado quer que a medida passe a valer em 2019, mas no texto aprovado na Câmara dos Representantes a aplicação dos cortes seria imediata.
Além disso, a reforma quer simplificar o pagamento de impostos de pessoas fiscais, reduzindo as faixas de cobrança de sete para apenas quatro: 12%, 25%, 35% e 39,6%.
Apesar de o projeto prever cortes para as famílias americanas, o Comitê Conjunto de Impostos do Congresso afirmou que apenas 44% das pessoas terão uma redução anual de mais de US$ 500.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, garante que a reforma fará as famílias economizarem em média US$ 1.182 por ano.
Os republicanos aprovaram junto com a reforma tributária uma emenda que elimina a obrigatoriedade de adquirir planos de saúde, uma tentativa de começar a reverter o “Obamacare”.
Os cortes de impostos promovidos por Trump são os maiores desde 1986, quando Ronald Reagan era o presidente dos EUA. Na época, a reforma foi aprovada na Câmara dos Representantes por unanimidade. No Senado, apenas três dos 100 senadores foram contrários.
Com a reforma tributária aprovada, os republicanos devem entrar mais confiantes nas eleições legislativas de 2018, que serão quase um plebiscito sobre o governo de Trump.
Com Estadão Conteúdo e Agência EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.