Uma das maiores lojas de armas dos EUA deixa de vender fuzil de assalto

  • Por EFE
  • 01/03/2018 08h16
CJ GUNTHER/EFE A Dick's Sporting Goods, que conta com mais de 700 lojas em todo país, é a primeira grande rede de venda varejista que limita o acesso às armas bélicas

A empresa de equipamentos esportivos Dick’s Sporting Goods, a maior loja de varejo de armas nos Estados Unidos, deixará de vender fuzis de assalto e restringirá as vendas de armas a menores de 21 anos, informou nesta quarta-feira Edward Stack, presidente-executivo da companhia.

Além disso, a companhia americana optou por retirar também de suas prateleiras os cartuchos de munição de grande capacidade, segundo o próprio Stack, que tomou esta decisão como resposta ao debate nacional surgido por causa do trágico tiroteio ocorrido há duas semanas em uma escola da Flórida, que deixou 17 mortos.

“Somos decididos defensores da Segunda Emenda, eu mesmo sou proprietário de armas. Mas não queremos ser parte desta história e eliminamos estas armas de maneira permanente”, apontou Stack em uma entrevista ao programa “Good Morning America”, ao se referir à emenda da Constituição dos EUA que ampara o direito a portar armas.

Com este passo adiante, o presidente-executivo da Dick’s Sporting Goods disse que espera que “mais políticos” se somem ao debate e elaborem uma reforma legislativa sobre armas “de sentido comum”, aumentando a idade mínima de compra aos 21 anos e proibindo a venda de fuzis de assalto.

Esta decisão, aplaudida pelos setores mais progressistas do país, ocorreu depois que numerosas companhias decidissem cortar seus laços na semana passada com a Associação Nacional do Rifle (NRA, pelas suas siglas em inglês).

Entre outras, as companhias aéreas Delta e United Airlines, além da asseguradora MetLife e empresas de aluguel de veículos como Hertz, Avis e Enterprise, rescindiram seus contratos de colaboração e descontos com a NRA, cuja férrea postura a favor das armas causou múltiplas queixas e protestos no país.

A Dick’s Sporting Goods, que conta com mais de 700 lojas em todo país, é a primeira grande rede de venda varejista que limita o acesso às armas bélicas.

Esta não é a primeira vez que a rede faz mudanças em sua política de vendas após um tiroteio em uma escola. Em 2012, após o massacre na escola Sandy Hook, em Newrtown (Connecticut), que deixou 20 meninos e 6 professores mortos, a Dick’s eliminou a venda de fuzis de assalto de suas lojas.

No entanto, meses mais tarde, a empresa começou a vender esse tipo de armas em sua rede especializada em caça Field & Stream.

O presidente americano, Donald Trump, abriu a possibilidade a semana passada de proibir a venda de aceleradores de disparos, um acessório que permite que uma arma dispare a maior velocidade, e pediu que idade legal para adquirir armas passe de 18 para 21 anos.

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