Obama lembra distúrbios raciais de Ferguson e N.York em discurso anual

Washington, 20 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lembrou nesta quarta-feira em um seu discurso anual do Estado da União os distúrbios raciais em Ferguson (Missouri) e Nova York após a morte de vários negros por policiais em circunstâncias controversas.

“É possível que vejamos de maneira distinta os fatos de Ferguson e Nova York. Mas seguramente podemos entender um pai que tem medo que seu filho não possa caminhar até sua própria casa sem ser acossado. Seguramente podemos entender a mulher que não pode descansar tranquila até que o policial com o qual se casou não cruze a porta de seu lar no final de seu turno”, disse Obama.

Em 2014, o sexto ano na Casa Branca do primeiro presidente negro, foi o do ressurgirmento da tensão racial em EUA, com violentos enfrentamentos entre a polícia e minorias que evocaram os históricos distúrbios dos anos 60.

Desde a morte em 9 de agosto do jovem negro Michael Brown pelas mãos de um agente branco, o protesto racial se estendeu desde a pequena cidade de Ferguson a mais de 170 cidades de todo o país, com especial intensidade em Nova York, Washington DC, e Los Angeles.

A mais trágica expressão desse mal-estar foi o assassinato a tiros de dois policiais nova-iorquinos, Wenjian Liu e Rafael Ramos, em 20 de dezembro, por um negro que queria vingar os cidadãos negros mortos pelos agentes.

Brown foi assassinado com vários disparos por um agente branco em circunstâncias não esclarecidas e quando estava desarmado, mas um grande júri decidiu que não havia provas suficientes para condená-lo.

Também não houve acusações contra o policial envolvido na morte do também negro Eric Garner, morto em julho após ser imobilizado.

Estes dois casos exacerbaram a tensão racial e desencadearam as maiores mobilizações conhecidas nos últimos tempos, o que forçou o governo a situar a discriminação racial por parte da polícia entre as prioridades de sua agenda. EFE