Obama mantém decisão de não enviar tropas terrestres para lutar contra o EI

  • Por Agencia EFE
  • 17/09/2014 01h59

Washington, 16 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se mantém firme em sua decisão de não enviar tropas terrestres para combater o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, apesar de um funcionário do alto escalão do Pentágono ter mencionado essa possibilidade nesta terça-feira, garantiu o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Martin Dempsey, disse hoje em uma audiência no Senado que não descarta a possibilidade de recomendar a Obama o envio de tropas em uma missão de combate em situações como uma possível tentativa de retomar Mossul, que foi conquistada pelos jihadistas em junho.

Perguntado por essas declarações, que contradizem a promessa de Obama de não destinar às tropas americanas um papel de combate na Síria ou no Iraque, o porta-voz da Casa Branca assegurou hoje que Dempsey falou no contexto dos planos encarregados ao Pentágono para responder a distintas contingências.

“As declarações do general Dempsey deixam claro que se referia a uma situação hipotética na qual poderia haver uma situação futura em que ele poderia fazer uma recomendação tática ao presidente relativa ao uso de tropas terrestres”, disse Earnest aos jornalistas que viajam com Obama para Atlanta, no estado da Geórgia.

Se o Pentágono tem a missão de fazer planos para todas as possibilidades, “a responsabilidade do comandante-em-chefe é estipular uma política clara, e o presidente deixou clara qual é essa política”, ressaltou.

“(Obama) foi muito claro e preciso ao afirmar que não enviará tropas terrestres para um papel de combate dentro do Iraque e da Síria. Tenho certeza que se vocês perguntarem ao general Dempsey se ele compartilha com a visão do comandante-em-chefe, tenho certeza que dirá que sim”, opinou o porta-voz.

O presidente se reuniu hoje no Salão Oval com o general reformado John Allen, que foi designado no sábado como enviado especial para a coalizão global para combater o EI, e com o “número 2” nessa missão, que é também o encarregado para o Irã e o Iraque no Departamento de Estado, Brett McGurk.

Allen pôs Obama a par dos esforços para dar forma à coalizão internacional contra o grupo jihadista e o presidente “destacou a importância de maximizar a coordenação com os aliados” para que essa aliança seja “forte” e tenha uma “ampla participação internacional”, informou a Casa Branca.

“O presidente destacou que o enfoque integral para reduzir as capacidades e finalmente destruir o EI requer uma ampla gama de esforços políticos, diplomáticos, militares, econômicos e de outros tipos”, informou a residência presidencial em comunicado.

Obama agradeceu “o trabalho e o sacrifício” dos militares e diplomatas envolvidos na luta contra o EI e louvou Allen “por seus muitos anos de serviço militar e por continuar, já reformado, servindo ao país em um papel civil”, acrescentou.

O presidente visitará nesta quarta-feira o Comando Central dos EUA, situado na base aérea MacDill em Tampa, na Flórida, e que é responsável pelas operações militares no Oriente Médio, entre elas os mais de 160 ataques aéreos feitos até agora pelo governo contra o EI no Iraque. EFE

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