ONU suspende ajuda para reconstruir Gaza por falta de dinheiro
Jerusalém, 27 jan (EFE).- A agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, suspendeu a ajuda econômica destina a famílias afetadas pela última guerra na Faixa de Gaza pois os países doadores não realizaram os depósitos prometidos.
“Não está claro por que o dinheiro não foi transferido”, reclamou nesta terça-feira o diretor da agência da ONU na Faixa de Gaza, Robert Turner.
O funcionário explicou que são necessários imediatamente US$ 100 milhões para continuar com o plano de ajuda traçado antes da conferência de doadores realizada no Cairo em outubro do ano passado.
Nesse encontro, organizado pela Noruega e Egito, os países doadores ofereceram em conjunto US$ 5,4 bilhões para ajudar na reconstrução após a ofensiva israelense Limite Protetor, que deixou quase cem mil deslocados e dezenas de milhares de casas destruídas ou danificadas.
O plano da UNRWA, que nos últimos meses destinou US$ 135 milhões para ajudar a reconstruir imóveis e pagar aluguéis para famílias deslocadas, tem um custo total de US$ 720 milhões.
O porta-voz da organização, Chris Gunnes, disse à Agência Efe que vem alertando para o problema nos últimos meses, mas o dinheiro não chega e faltam US$ 585 milhões.
“Advertimos repetidamente que a ajuda (prometida) deve se traduzir em dinheiro no banco, mas isso não ocorreu e o povo em Gaza é a que paga as consequências”, afirmou.
Uma parte do problema em agilizar a ajuda, segundo funcionários palestinos, ocorre devido às desavenças entre os governos de Gaza e Ramala pelo controle do dinheiro, e à exigência de governos doadores para que o dinheiro não caia em mãos do movimento islamita Hamas, organização considerada terrorista em alguns países.
Israel, que controla o leste e sul da fronteira com Gaza, também exige que qualquer material de construção que entre na Faixa de Gaza seja supervisado para que não se empregue na construção de túneis ou posições fortificadas por milícias.
Turner afirmou que “virtualmente nada” dos US$ 5,4 bilhões prometidos na conferência do Cairo chegou a Gaza, o que é “inquietante e inaceitável”. EFE
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