Parlamento paquistanês aprova criação de tribunais militares para terrorismo

  • Por Agencia EFE
  • 06/01/2015 11h28

Islamabad, 6 jan (EFE).- A Assembleia Nacional do Paquistão (câmara baixa) aprovou nesta terça-feira por maioria a criação de tribunais militares especiais para casos de terrorismo durante os dois próximos anos, em mais uma medida surgida após o ataque talibã a uma escola no qual morreram 132 estudantes.

A medida foi aprovada por 247 dos 271 deputados do parlamento, e somente se abstiveram alguns partidos religiosos e a legenda do político opositor Imran Khan, segundo o jornal local “Dawn”.

O Senado votará amanhã a nova lei e se espera que na quinta-feira o presidente do país, Mamnoon Hussain, sancione a medida para que entre em vigor.

O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, anunciou a criação de tribunais militares especiais no final de dezembro, após o massacre cometido por um grupo talibã em uma escola de Peshawar.

Embora conte com um grande apoio político, a lei despertou receios por deixar parte da justiça em mãos do poderoso exército.

“Necessitamos de uma estratégia coerente para lutar contra a insurgência e os líderes políticos e civis devem trabalhar juntos. Mas os tribunais militares não são a resposta”, afirmou em um editorial o jornal “Dawn”, um dos mais influentes do país.

“Tristemente os líderes políticos abdicaram de suas responsabilidades”, afirmou o editorial.

Após o ataque à escola, Sharif também suspendeu a moratória vigente desde 2008 sobre a pena capital em casos de terrorismo. Desde então, sete pessoas foram executadas no país. Além disso, o exército intensificou a ofensiva contra os insurgentes no noroeste do Paquistão. EFE

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