Partidos norte-irlandeses chegam a um amplo acordo econômico e político

  • Por Agencia EFE
  • 23/12/2014 14h28

Londres, 23 dez (EFE).- O ministro principal da Irlanda do Norte, Peter Robinson, anunciou nesta terça-feira que os cinco partidos do governo da região autônoma chegaram a um amplo acordo econômico e político após 11 semanas de diálogo com Londres e Dublin.

O roteiro estipulado, que agora deverá ser aprovado por cada partido em processos internos, estabelece um plano financeiro de longo prazo para a Irlanda do Norte, e um marco de atuação para resolver aspectos ainda pendentes do processo de paz na província britânica.

“É um acordo muito significativo”, disse Robinson, que admitiu que “ainda há muito trabalho a fazer”, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, se mostrou “encantado por ter alcançado um acordo sobre o qual se pode trabalhar”.

“Este acordo significa que o governo britânico foi capaz de oferecer um pacote financeiro significativo que abre a porta para mais prosperidade, estabilidade e segurança econômica para a Irlanda do Norte”, indicou Cameron.

Tanto o ministro principal norte-irlandês, líder do conservador Partido Democrático Unionista (DUP), como Gerry Adams, presidente do republicano Sinn Féin, garantiram que recomendarão às direções de suas formações que ratifiquem um pacto que pretende desbloquear a tomada de decisões no Executivo autônomo de poder compartilhado.

“Todos nós gostaríamos de ter chegado a um acordo mais exaustivo e completo, mas isto é muito mais do que tínhamos alcançado fazer sobre estas questões no passado”, ressaltou Robinson.

A última rodada de conversas, iniciada ontem, se prolongou durante 30 horas antes de os partidos chegassem a consensos na ampla categoria de temas.

O acordo permitirá começar a aplicar as reformas no sistema de bem-estar social que o Sin Féin tinha se oposto até agora, e dará a Irlanda do Norte um modelo de financiamento em dez anos pactuado com Londres.

A resolução dessas questões financeiras, que dividia os partidos no governo, facilitou o avanço em detalhes que ainda estão pendentes no processo de paz norte-irlandês.

Nesse sentido, o pacto sobre a resolução de problemas que ainda continuam gerando distúrbios na região foi mais limitado que nos aspectos econômicos.

O documento estipulado esboçou novos mecanismos para investigar as mortes ocorridas durante um conflito armado que durou quase 30 anos.

O progresso foi pequeno quanto à questão das bandeiras nos edifícios públicos e à organização de desfiles protestantes.

Esses pontos do pacto foram adiados para novas reuniões em favor de assinar um acordo quando já havia acabado o prazo limite que as partes tinham estabelecido para definir um roteiro.

Em janeiro os partidos se centrarão na campanha para as eleições generais de maio no Reino Unido, ambiente eleitoral em que parecia ser impossível fazer concessões aos seus rivais políticos. EFE

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